Moçambique: Face à manifestações, ministro da Defesa sugere reconciliação

Manifestante em Maputo

O ministro moçambicano da defesa, Cristovão Chume, apela a calma, união e reconciliação para resolver a atual tensão que se assiste no país, apelando ainda ao diálogo com todos atores sociais, que possam interagir para o bem social em Moçambique.

Falando em Maputo, em reação às manifestações, Chume disse que as mesmas visam “retirar o Governo democraticamente eleito”. Ele disse que as mensagens que tem sido difundidas demonstram essa intenção.

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Chume disse que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique reiteram o seu compromisso na manutenção da segurança e tranquilidade no país.

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Ele referiu que nas ações que visam conter a onda de manifestações não tem registado a participação de nenhuma força estrangeira, desmentindo a informação da presença de tropas ruandesas em ações para reprimir a onda de manifestações.

Nas manifestações em curso, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para contestar o resultado das eleições, as forças de segurança têm recorrido a gás lacrimongéneo, balas de borracha e verdadeiras para travar jovens desarmados.

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Na sequência, mais de dez pessoas foram mortas e dezenas feridas. Alguns agentes das forças de segurança foram atingidos.

A atuação das forças de segurança é fortemente criticada pela sociedade civil.

Militares na rua

Chume apelou a não participação de crianças das manifestações por forma a não comprometer o seu futuro, e apelou que as manifestações ocorram em coordenação com a Polícia e as Forças de Defesa e Segurança.

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Por outro lado, Chume justificou que a presença dos militares na rua é no sentido de dar apoio à Polícia por forma a limpar as estradas, para além de realizar missões de interesse público junto à comunidade limpando as vias públicas, bem como proteger instituições críticas para que não sejam vandalizadas e para que não ocorrem manifestações.

“Mas se o escalar da violência continuar, não colocamos de parte a entrada da Forças de Defesa para a manutenção da ordem pública,” disse Chume.