O Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS), órgão que coordena as acções visando travar a chamada doença do século em Moçambique, diz ter alcançado resultados positivos nos últimos 20 anos neste sector.
De acordo com os números apresentados hoje, apesar de continuar a ser a maior causa da mortalidade no país, o país conseguiu evitar cerca de um milhão de mortes, graças aos programas em curso no sector da saúde.
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“Analisando aquilo que é o impacto das intervenções no que diz respeito a novas infecções, foi possível evitar cerca de 900 mil novas infecções e cerca de um milhão de mortes, entre os anos 2000 e 2022” disse Francisco Mbofana, director do CNCS.
Ainda assim, a luta continua longe do fim e os números além do que seria desejável. Mais de 80 mil pessoas já morreram vítimas da SIDA e o índice de contaminação continua bastante alto.
“Em 2022 viviam neste país mais de 2.4 milhões de pessoas com HIV, registamos 97 mil novas infecções e 48 mil mortes relacionadas ao HIV e SIDA,” explicou Mbofana, apontando a província da Zambézia, como a que regista maior número de novos casos da doença, com um total de 26 mil.
Ganhos
Os resultados anunciados têm sido possíveis graças a apoios de países doadores, com destaques para a Itália, através da Comunidade de Sant’Egídio, e os Estados Unidos da América, através do PEPFAR, que têm desembolsado grande parte dos fundos usados para o combate ao HIV e SIDA,
Contudo, tendo em conta o alerta dando conta da descontinuidade do apoio dos doadores nos próximos anos, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, olha para a situação com preocupação e chama atenção para que o país se prepare para consolidar os ganhos.
“Neste momento, o país, não apenas o ministério da Saúde, deve desenhar um roadmap de transição, que indique como é que vai manter os ganhos e assegurar a sustentabilidade das intervenções,” disse Tiago.