Moçambique: Especialistas pedem integração económica dos deslocados

Pessoas deslocadas da província de Cabo Delgado reúnem-se para receber ajuda humanitária do Programa Alimentar Mundial (PMA) na Escola da Tribuna 21 de abril, na vila de Namapa, distrito de Erati, em Nampula, Moçambique, a 27 de fevereiro de 2024.

Aumento do número de deslocados levanta preocupações quanto ao futuro dos que fogem dos ataques dos insurgentes

O reitor da Universidade Joaquim Chissano, Jamisse Taimo, em Moçambique, diz que o atual modelo de assistência às vitimas da violência armada em Cabo Delgado não resolve o problema dos deslocados, mas, pelo contrário, perpetua a situação de pedintes, porque muitos deles perderam tudo o que tinham na vida.

Outros especialistas defendem a integração económica desses deslocados e governador de Cabo Delgado apela à reconciliação na província.

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Moçambique: Especialistas defendem integração económica dos deslocados

Taimo entende que só projetos mais claros e concretos podem resolver a situação de milhares afetados pelo terrorismo em Cabo Delgado.

"Eu acho que é momento de nos mobilizarmos como sociedade para procurarmos estabelecer um programa permanente de assistência que possa garantir que depois de as pessoas saírem da situação de emergência não continuem pedintes".

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O sociólogo e analista político João Feijó está de acordo e defende serem necessárias medidas, sobretudo no domínio socioeconómico, para colocar as pessoas a produzirem e integrá-las economicamente, ‘’porque não é sustentável estar a alimentar indefinidamente, milhares de pessoas’’.

Por seu lado, o empresário Assif Ossumane defende também a necessidade de a sociedade se mobilizar para prestar assistência às vitimas da violência em Cabo Delgado "porque temos famílias desmembradas e pessoas que perderam tudo o que tinham acumulado na vida, por causa desta guerra".

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Mas a outra forma de resolver o problema é a reconciliação, que para o governador provincial de Cabo Delgado, Valigy Tauabo é possível, até porque, aponta, o Presidente Filipe Nyusi decretou um indulto para todos aqueles que abandonarem o terrorismo e regressarem às suas famílias.

Tauabo referiu que "muitos dos moçambicanos que tinham sido forçados a se juntarem aos grupos violentos, com o indulto declarado pelo Presidente da República regressaram e juntaram-se às suas famílias".