Analistas políticos consideram que Moçambique está numa encruzilhada porque já tinha problemas graves com a pobreza e agora vai ter que gerir os eventos climáticos que estão a provocar grandes danos na população e o país não tem condições para assistir a essas pessoas.
A presidente do Instituto para a Gestão de Desastres (INGD) anunciou que a entidade necessita de 222 milhões de dólares, para apoiar as comunidades afectadas pela insegurança alimentar, devido ao fenômeno climático El Niño, dinheiro que para analistas vai ser gasto de forma meramente paliativa, sem resolver o problema das pessoas.
Luisa Meque, que falava no lançamento de um apelo humanitário, indicou que cerca de dois milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar devido à seca, realçando que o impacto de eventos climáticos extremos está a causar uma grande preocupação, sobretudo nas províncias de Sofala e Tete, no centro do país, e Gaza e Inhambane, no sul.
‘’Para minimizar a situação, são necessários 222 milhões de dólares e o INGD não dispõe desse valor’’, afirmou a responsável.
Para o sociólogo João Feijó, é muito dinheiro, mas que não vai resolver os problemas de fundo, realçando que o ‘’o INGD é uma entidade ineficaz, e nós estamos numa encruzilhada porque já tínhamos problemas graves com a pobreza e agora vamos ter que gerir esta questão de eventos climáticos, que vão provocar grandes danos na população, e nós não temos condições para assistir a população".
Aquela analista político acrescenta que "esses 222 milhões de dólares é dinheiro que é gasto de forma meramente paliativa, porque não é para resolver o problema, é para atenuar o sofrimento das populações’’.
Feijó destacou ainda o facto de que o INGD, em sua opinião, uma entidade ineficaz, é sempre obrigado a lidar com os mesmos factos.
O também analista político Fernando Lima afirma que o mesmo ocorre em caso de cheias, porque as pessoas constroem em locais não apropriados; ficam sem os seus bens, sofrem prejuízos muito grandes.
Lima diz quen é um "conjuntura complexa" porque quando as entidades vão destruir o que foi mal construído recebe pressão psicológica, inclusive da mídia.
Por outro lado, João Feijó anotou que a maioria da população deste país vive da agricultura de sequeiro, ou seja, é fortemente dependente das condições climáticas, pelo que" é preciso um conjunto de reformas macroeconômicas que estão à montante e que não são feitas".
Entretanto, Paulo Tomás, do Departamento de Desenvolvimento das zonas áridas no INGD, disse estarem em curso ações de consciencializacao das comunidades sobre a necessidade de uso correcto da água.