A Assembleia Geral das Nações Unidas votou a favor da entrada de Moçambique como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, numa sessão realizada nesta quinta-feira, 9, em Nova Iorque.
Os países presentes também votaram a favor da entrada de Equador, Japão e Suíça no órgão.
Entre os cinco candidatos às vagas dos diversos grupos regionais, Moçambique foi o único a obter a totalidade dos votos, 192.
O Equador obteve 190, o Japão 184, Malta 185 e Suíça obteve 187 votos.
Moçambique cupará o assento reservado ao grupo regional africano ocupando a cadeira do Quênia.
O mandato será de dois anos, com início em Janeiro de 2023.
Poderá ser um mandato parcado pela guerra na Ucrânia
Os lugares no Conselho são atribuídos com base em agrupamentos regionais, e este ano, cada bloco apresentou apenas um único candidato, eliminando qualquer suspense real sobre o resultado.
Como consequência a campanha foi discreta, sem os eventos tradicionais que os países candidatos promovem, e as vagas persistentes da COVID-19 também desencorajaram os grandes eventos.
"Nos últimos meses, todos os assuntos diplomáticos da ONU foram ensombrados pela guerra na Ucrânia, o que eu penso que foi outro obstáculo a qualquer campanha de grande visibilidade", observou Richard Gowan, director da ONU para o Grupo Internacional de Crise e observador de longa data da organização.
É provável que este conflito permaneça no topo da agenda do conselho que transita para o novo ano, quando os cinco começarem os seus mandatos.
"A parte mais difícil será, obviamente, trabalhar num Conselho de Segurança onde as grandes potências estejam profundamente divididas em relação à Ucrânia", disse Gowan.
Dos novos membros, o Japão tem mais experiência, tendo cumprido 11 mandatos, de acordo com o Relatório do Conselho de Segurança, que segue as estatísticas. A Suíça - que só aderiu às Nações Unidas em 2002 - e Moçambique, nunca ocuparam lugares no Conselho.
O conselho trata da manutenção da paz e segurança internacionais, e detém a autoridade para adoptar resoluções juridicamente vinculativas, enviar missões de manutenção da paz e impor sanções.
O Equador, o Japão, Malta, Moçambique e a Suíça substituirão os membros que já saíram, a Índia, a Irlanda, o Quénia, o México e a Noruega. Irão juntar-se à Albânia, Brasil, Gabão, Gana e Emirados Árabes Unidos, que têm cada um mais um ano nos seus mandatos não permanentes, bem como os cinco membros permanentes com direito de veto - Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos.