O Presidente de Moçambique lançou no passado dia 16, a campanha de candidatura do país a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o mandato 2023/2025.
A decisão tinha sido tomada há cerca de um ano por Filipe Nyusi, cujo Governo já garantiu, à partida, os apoios da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e da União Africana.
Esta candidatura acontece no momento em que Moçambique tem em curso uma guerra interna contra insurgentes islâmicos na província de Cabo Delgado, rica em recursos naturais e onde estão em curso vários projectos, entre eles o mais investimento privado em África, no valor de 20 mil milhões de dólares.
Para o professor universitário e especialista em relações internacionais,
Muhamad Yassine este momento é ideal para Moçambique capitalizar “a atenção das grandes potências e do mundo”, não só para o conflito interno contra a insurgência islâmica, mas para alertar que o “terrorismo não escolhe países”.
Ao ser entrevistado pela VOA, nesta quarta-feira, 22, aquele analista lembra que Moçambique nunca se tinha candidatado a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, mas que agora “precisa do apoio internacional para dar continuidade ao trabalho que está sendo feito a nível interno no campo da insurgência”.
Ao considerar esta aposta de estratégica, Yassine destaca o facto de que o país “estará próximo das grandes potências mundiais e, granjeando a sua simpatia, terá com facilidade apoios para reconstruir a sua defesa interna e assim combater a insurgência”.
Por outro lado, a experiência de Moçambique na resolução de conflitos, que tem sido algo usado com alguns enviados especiais, como aponta aquele especialista, pode ser uma mais-valia.
“Poderá contribuir para a resolução de conflitos noutros países e alertar a comunuidade internacional para a questão do combate ao terrorismo em África e que não são pequenos ou grandes países que têm esse problema, mas qualquer Estado pode estar vulnerável”, acentua aquele professor, sublinhando que Maputo deveerá fornecer “muita informação”.
No lançamento da campanha, o Presidente moçambicano destacou que "vezes sem conta, o país emprestou as suas valências, seja em representação do Estado, seja individualmente por moçambicanos, para mitigar conflitos ou encontrar soluções negociadas" e o que motiva o seu Governo é “o nosso compromisso com a agenda de paz no quadro do Conselho de Segurança”.
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