Quatro dias depois da votação para o Presidente da República, deputados, governadores e membros das assembleias provinciais em Moçambique, continuam críticas por parte da sociedade civil e analistas em relação ao que consideram falta de transparência do processo.
O jornalista Luís Nhanchote critica o tempo levado para a divulgação dos resultados, justificando que se abre espaço para fraude.
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O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), disse em comunicado que a "demora e falta de transparência na divulgação dos resultados pode dar lugar à manipulação para beneficiar coligação FRENAMO" (Frelimo e Renamo).
Na publicação feita pelo CDD neste domingo, 13, a esperança da Renamo "é a de a Frelimo manipular os resultados a seu favor para, depois, manipular também a favor da Renamo".
Em entrevista a Voz da América no sábado, 12, o jornalista do Centro de Integridade e Pública (CIP), Lazaro Mabunda, também fez uma análise similar, afirmando que o processo eleitoral foi "bastante fraudulento como já era de esperar".
"Havia pessoas a circular com boletins de voto com o voto na Frelimo, pessoas que votaram várias vezes." Mabunda acrescenta ainda que muitos observadores não "foram permitidos a ter acesso às salas de apuramento distrital", assim como jornalistas.
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Segundo a legislação eleitoral, os resultados oficiais devem ser anunciados num prazo de 15 dias, no entanto, o candidato Venâncio Mondlane disse nas redes sociais ser vencedor desta corrida eleitoral.
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"Missões de observação eleitoral devem ser mais profundas" - Luís Nhanchote
O jornalista Luís Nhanchote defende que as missões internacionais de observação eleitoral devem ser mais profundas nas suas observações, justificando que raramente estão presentes no momento mais crítico, "a hora alta - contagem da madrugada".
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Nhanchote acredita que é hora de Moçambique modernizar o processo eleitoral para garantir rapidez na divulgação dos resultados. "Moçambique vai ter um fundo soberano que vai ter um encaixe de milhões de dólares de gás, porque não (...) usar parte deste dinheiro para modernizar o nosso sistema eleitoral?" Sugere o jornalista moçambicano.