Os secretários-gerais dos Conselhos Cristãos da África Austral dizem-se preocupados com a insurgência armada em Cabo Delgado, porque pode levar ao desmantelamento do Estado moçambicano.
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"O povo de Cabo Delgado vive uma grande crise humanitária, e em Moçambique, a insurreição pode levar ao desmantelamento do Estado, devido à ganância impulsionada pelas enormes reservas de recursos naturais" na região norte do país", dizem, em comunicado, os secretários-gerais dos Conselhos Cristãos da África Austral.
Realçam que "o Governo de Moçambique deve assumir o controlo e a responsabilidade pela segurança e protecção dos seus cidadãos", acresentando que a complexidade da situação social, económica e humanitária em Cabo Delgado, "é também um desafio militar e de governação, que exige proactividade por parte do Executivo".
Exclusão
Alertam que a insurgência não é um problema exclusivo de Moçambique, ela pode expandir-se para toda a região austral de África, afectando a segurança e os meios de sobrevivência das populações pobres.
Entretanto, para o Cardeal de Maputo, Dom Francisco Chimoio, a paz é a condição fundamental para a sobrevivência das populações e para o desenvolvimento do país.
Dom Chimoio avançou que "enquanto não estivermos em paz, é difícil trabalharmos e circular livremente, mas com a paz podemos fazê-lo e os investidores também podem vir fazer os seus investimentos no nosso país".
Veja Também Análise: Irá o gás gerar empregos ou frustrar os jovens de Cabo Delgado?Por seu turno, o bispo de Chimoio, capital da província central de Manica, Dom João Carlos Nunes, diz ser necessário criar condições para que nenhum moçambicano se sinta excluido do processo de desenvolvimento do seu país, porque," exclusão resulta em violência".
Controlo
Entretanto, o vice-chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Bertolino Capitine, diz que do ponto de vista militar, a situação está sob controlo, e que, em breve, os residentes em Mocímboa da Praia que haviam abandonado as suas habitações, vão regressar à vila.
"Do ponto de vista de presença do inimigo em Mocímboa da Praia é zero", assegurou aquele oficial das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Neste momento, as autoridades dizem que está em curso a recuperação das infraestruturas sociais e económicas destruídas durante o ataque dos insurgentes àquela vila, a 23 de Março do ano passado.
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