Moçambique: CIP lança campanha para mobilizar cidadãos a concorrem a Assembleias Municipais

Eleitora marca o dedo depois de votar em Nampula. Moçambique, 10 Outubro 2018

Director do CIP, Edson Cortez, diz que a campanha tem como fim explicar que qualquer cidadão pode ser candidato à Assembleia Municipal das autarquias, bem como desconstruir o mito de que a política cabe apenas aos políticos.

O Centro de Integridade Pública (CIP) DE Moçambique lançou nesta quarta-feira, 26, uma campanha cívica para mobilizar os munícipes organizados em grupos ou associados a candidatarem-se a membros das Assembleias Municipais nas próximas eleições autárquicas.

A campanha arranca um dia depois de os bispos católicos fazerem um apelo para evitar actos de violência que têm caracterizado os pleitos eleitorais no país.

O director do CIP, Edson Cortez, diz que a campanha tem como fim explicar que qualquer cidadão pode ser candidato à Assembleia Municipal das autarquias, bem como desconstruir o mito de que a política cabe apenas aos políticos.

“Queremos mostrar aos moçambicanos que nas eleições autárquicas os cidadãos se podem constituir em grupos ou associados para se candidatarem a membros das Assembleias Municipais, e isto tem como pressuposto a ideia de que , melhor do que ninguém, só as pessoas que vivem no município podem resolver os seus problemas”, afirma.

Veja Também Moçambique: Ciclo eleitoral arranca com recenseamento que terá alguns constrangimentos

Cortez anota que os cidadãos, juntando-se, podem concorrer e participar activamente na tomada de decisões que dizem respeito aos seus municípios e realça ainda que, com esta campanha, o CIP pretende incentivar a sociedade a contribuir para a mudança.

“Queremos mostrar aos moçambicanos a necessidade de deixarmos de reclamar dos políticos”, enfatiza o director do CIP.

Your browser doesn’t support HTML5

Mulheres ainda enfrentam dificuldades nas candidaturas à política em Moçambique

Entretanto, os bispos católicos de Moçambique dizem-se preocupados com a violência que tem ocorrido antes, no decorrer e depois das eleições.

“Como pastores e como cidadãos vivemos dois sentimentos; por um lado, o sentimento de que as eleições sejam um autentico momento festivo e de exercício democrático, e o outro, o receio de eclosão da violência”, afirmou na terça-feira, 25, o presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, Dom Inácio Saure.

Veja Também Moçambique: Contratos milionários do STAE são humilhantes para a realidade social, dizem analistas

Por seu turno, o antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, apelou a que tudo seja feito para evitar os recorrentes casos de violência que têm marcado os pleitos eleitorais, sublinhando que os moçambicanos não querem violência.

Moçambique vai a votos no dia 11 de Outubro, marcando o inicio de um ciclo eleitoral que terminará em Outubro de 2024, com a realização das eleições legislativas e presidenciais.