Moçambique: Ciclo eleitoral arranca com recenseamento que terá alguns constrangimentos

Paulo Cuinica, presidente da Comissão Nacional Eleitoral

Presidente da CNE diz que ante preocupações em torno da segurança em alguns distritos de Cabo Delgado, medidas adicionais vão ser postas em prática para garantir o processo.

Em Moçambique arrancou nesta quinta-feira, 20, o recenseamento para as eleições autárquicas de 11 de Outubro, com a Comissão Nacional Eleitoral a avisar que este processo tem dois grandes constrangimentos, nomeadamente, a insegurança em Cabo Delgado e a situação de emergência em que se encontram milhares de pessoas por causa dos efeitos climáticos.

O processo vai decorrer durante 45 dias em todas as 65 vilas e cidades autárquicas e espera-se que sejam recenseados cerca de 9. 9 milhões de potenciais eleitorais.

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, Paulo Cuinica, diz que em termos de pessoal e de equipamento, está tudo acautelado, mas o processo em si tem dois grandes desafios, nomeadamente a questão das condições climáticas que acabaram afectando o trabalho de distribuição de material.

Cuinica anotou que existe também a situação de Cabo Delgado, “e este é um grande constrangimento, mas já encontramos uma forma de lidar com ele, que é recensearmos a área autárquica onde vai decorrer a eleição”.

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“Questões de segurança colocam-se em alguns distritos de Cabo Delgado, o que significa que medidas adicionais vão ser postas em prática, para que se possa trabalhar em toda a província”, afirmou o porta-voz da CNE.

Quanto à transparência dos órgãos eleitorais, que tem sido questionada pela Renamo, como disse hoje o seu líder, Ossufo Momade, e por algumas correntes de opinião, Cuinica referiu que “a lisura do processo começa na própria lei, que coloca vários sectores que ajudam na garantia da transparência, e o mais importante é que esses sectores todos estejam envolvidos”.

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Aquele responsável disse ainda que nos órgãos eleitorais existem fiscais dos três partidos representados na Assembleia da República, para garantir a transparência do processo.

Nos municípios de Maputo e Matola, o primeiro dia de recenseamento foi caracterizado por fraca afluência dos munícipes.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, foram os primeiros a recensear e apelaram a que os potenciais eleitores afluam em massa aos postos de recenseamento.