Centenas de pessoas forçadas a abandonar as suas casas pela insurgência em Cabo Delgado chegam à Nampula desesperadas e pedem condições mínimas de sobrevivência.
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As autoridades dizem que a maioria de deslocados, mais de 300, estão no posto administrativo de Namialo, distrito de Meconta.
Mas há outros deslocados na cidade de Nampula e noutros distritos. Não há registo preciso.
Omar Estevão está em Meconta desde a segunda semana de abril, após a sua aldeia de Munhengueleua, distrito de Muidumbe, ter sido atacada pelos insurgentes. Ficou no mato por três dias, com a sua família.
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"Os insurgentes entraram na aldeia no dia seis de abril. Destruíram residências”, conta este pai de três filhos, que passou três dias no mato com a família.
Estevão recorda-se de ter visto muitas pessoas da sua aldeia mortas, e ne fuga viu muitos pais separados dos seus filhos.
“Estamos a sofrer muito com esse Al Shabab, queimam tudo, matam,” diz
Anastácia Cassiano, que acaba de chegar à cidade de Nampula.
Estes deslocados passam noites a caminhar em matas desconhecidas ao encontro de familiares ou conhecidos em Nampula. No geral, são acolhidos por famílias já com dificuldades de abrigo e alimentação.
Reassentamento
Perante esse cenário, Os deslocados pedem apoio em tendas e utensílios domésticos.
O Governo diz que está mobilizar apoio e já iniciou a distribuição de produtos alimentares
O secretário do Estado em Nampula, Mety Gôndola, diz que além de alimentos, o Governo estuda a criação de uma zona para reassentar os deslocados dos ataques armados de Cabo Delgado.
Veja Também Vários corpos abandonados em Awasse, na província moçambicana de Cabo DelgadoPor outro lado, há o risco de alguns deslocados terem saído de zonas com casos positivos de coronavírus. Cabo Delgado tem mais de metade dos 164 casos do país.
Leonardo de Oliveira, responsável da secção de educação e saúde pública em Nampula, diz que esforço é feito para detetar os sinais de infeção.
Na hora de chegada, diz, “os passageiros são medidos a temperatura e as viaturas são desinfetadas,” diz Oliveira.
Mas nem todos chegam à Nampula usado meios convencionais de transporte.
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