O Instituto moçambicano de Gestão e Redução de Desastres – INGD necessita, urgentemente, de recursos para fazer à vaga de deslocados resultante da nova escalada de acções jihadistas em Cabo Delgado, mais de 880 dos quais se encontram no distrito de Macomia e centenas de outros em Mueda.
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Entretanto, o analista político João Feijó diz que os novos ataques visam boicotar o eventual reinício do projecto de exploração de gás natural liquefeito em Palma, dado o excessivo optimismo governamental em relação ao regresso da TotalEnergies a Palma.
A delegada do INGD em Cabo Delgado, Elisete Manuel descreveu a situação como preocupante, porque os deslocados necessitam de assistência alimentar de emergência.
Avançou que ainda esta segunda-feira, o Programa Mundial Alimentar (PMA) deverá começar a fazer a distribuição de alimentos a deslocados de guerra em Mueda.
João Feijó diz que a nova vaga de ataques jihadistas pode estar relacionada com o eventual regresso da TotalEnergies, uma vez que tem havido muito optimismo da parte do Governo, ‘’ e nós sabemos que este projecto vai beneficiar o Governo, que é o principal inimigo deste grupo armado’’.
Feijó referiu que nos últimos tempos, o grupo tem vindo a deslocar-se para o sul da província de Cabo Delgado, porque se aproveita um pouco do efeito das chuvas na província, uma vez que as estradas estão intransitáveis, o que dificulta a deslocação do exército moçambicano e das tropas ruandesas e da SADC.
"O curioso é que o grupo não tem feito mal a população, não rouba comida, compra comida a preços generosos, e esta estratégia vai ter um impacto muito complicado na região", realçou aquele analista.