As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) anunciaram, nesta sexta, 25, em Pemba, a morte do principal líder terrorista filiado ao Estado Islâmico, o moçambicano Bonomade Machude Omar, nas matas de Cabo Delgado, durante a operação “Golpe Duro 2”.
O chefe do Estado-Maior das FADM, Joaquim Mangrasse, disse que “o principal líder terrorista foi colocado fora de combate”, citando evidências factuais do mesmo ter morrido em confrontos no interior daquela província moçambicana.
Veja Também Departamento de Estado classifica de terrorista alto dirigente do Estado Islâmico em Moçambique“Da averiguação feita, e ela ainda continua, foi constatado com evidências factuais a colocação fora de combate do líder principal que dirige as operações, o moçambicano Bonomade Machude Omar”, precisou Mangrasse, que falava a partir do quartel da marinha de Maringanha, em Pemba.
Bonomade Machude Omar, nas matas, também conhecido por Abu Suraka, dirigia as operações de insurgência desde a eclosão do terrorismo em Outubro de 2017 em Moçambique.
“As imagens estão disponíveis, estão a merecer uma avaliação definitiva, pois ao lado do líder terrorista, foram atingidos mortalmente mais dois seus seguidores diretos ainda por identificar, na companhia de mais terroristas”, acrescentou Joaquim Mangrasse, sem referir a zona dos confrontos, e reconheceu que o terrorismo ainda não terminou.
Veja Também Cabo Delgado: Líder de terroristas será capturado, diz Comandante do ExercitoMangrasse lembrou que a operação de perseguição ganhou novos contornos desde a invasão terrorista, a 8 de Agosto, à base de Khatupa, que tinha sido ocupada há um ano pelas forças governamentais.
O chefe do Estado-Maior confirmou, no entanto, uma emboscada que a força sofreu na terça-feira, 22, “quando na companhia da chefia do comando do exército se encontrava numa missão de acompanhamento operacional das nossas forças em Quiterajo”, no distrito de Macomia.
“Neste contacto combativo tivemos alguns sacrificados e perdemos algum equipamento”, afirmou.
A morte de Omar foi anunciada dois dias depois da Defesa moçambicana ter confirmado a morte de dois elementos com funções importantes na direção do grupo de insurgentes, incluindo o vice-comandante das operações dos terroristas em Cabo Delgado.
Veja Também EUA aplicam sanções a agentes do Estado Islâmico que enviam dinheiro para actividades em Moçambique“Foi abatido o terrorista Abu Kital (na terça-feira 22), que ocupava a posição de vice-comandante das operações dos terroristas do grupo Al Sunna wa Jammat e adjunto de Ibin Omar”, avançou em comunicado o ministério da Defesa na quarta-feira, 23, realçando que também “foi posto fora de combate o terrorista Ali Mahando que, à semelhança de Abu Kital, ocupava importantes funções no seio do grupo terrorista”.
Os terroristas que actuam em Cabo Delgado têm ligações com o Estado Islâmico. Desde 2017 provocaram a morte de cerca de quatro mil pessoas e a fuga de mais de um milhão de pessoas, segundo a agência das Nações Unidas para os Refugiados, que, no entanto, assegura o regresso de mais da metade dos deslocados.