Moçambique: Atribuição de subsídios divide transportadores de passageiros

"Chapas" em Maputo, Moçambique

Ãpenas associados na Federação Moçambicana de Transportes vão receber subsídios.



O pagamento de subsídios aos transportadores de passageiros em Moçambique para aliviar o impacto do custo dos combustíveis está a dividir a opinião dos operadores.

Um grupo de transportadores descontentes com o acordo considera que os subsídios vão beneficiar apenas um clube restrito integrado na Federação Moçambicana de Transportadores (Fematro).

O presidente admite que quem não é associado vai, efectivamente, ficar de fora do processo.

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"O associativismo é uma decisão voluntária e, efectivamente, quem nao estiver associado, não vai beneficiar dos subsídios", assegura Castigo Nhamane, presidente do FEMATRO.

O economista Rui Mate diz que era previsível que assim fosse, porquanto o sector de transportes "não está completamente organizado".

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O pagamento de subsídios resulta de um acordo entre o Governo e os parceiros de cooperação, nomeadamenteo FMI e o Banco Mundial, uma medida política que para Mate, é "apenas um paliativo que não vai resolver os problemas estruturais do sector".

Depois de dia de protestos e caos, o transporte voltou a operar nesta terça-feira, 5, contudo, em muitas rotas do grande Maputo,a crise ainda é notável.

O protesto dos transportadores em Maputo e Matola, ontem, decorreu devido ao segundo aumento de combustíveis em três meses, que entrou em vigor no sábado em Moçambique.