Durante o ano, Moçambique enfrentou, sem tréguas, duas guerras. Uma contra o terrorismo movido por um grupo ligado ao Estado Islâmico, e outra contra a Covid-19.
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O início do combate mais coordenado contra o terrorismo – com o apoio de tropas do Ruanda e da SADC – deu esperança a milhares de deslocados e investidores, em particular do sector de gás natural.
Veja Também Palma: Indicação de eventual retomada de actividades indica que Total não abandonou o investimentoMas o país chega ao final do ano ainda com focos de terrorismo, e com uma tendência de alastramento para Niassa.
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Neste conflito, que iniciou em 2017, mais de 3.000 pessoas foram mortas, e 800 mil forçadas a abandonar as suas zonas, tornando-se dependentes de ajuda.
Covid-19
No tocante à Covid-19, o país registou várias vagas, e nesta última semana do ano apresenta números recorde de infecções, variando de mais de três mil e cerca de cinco mil, por dia, a maioria na capital, Maputo.
Com uma população de 30 milhões, Moçambique tem um cumulativo de 184.219 casos, e 1.996 mortes.
A vacinação contra a Covid-19, tal como em todo o continente africano, é deficiente, apesar de ter sido aumentada a disponibilidade.
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Por culpa da pandemia, muitos sectores ficaram debilitados. Os operadores de turismo, por exemplo, não têm clientes.
Dívidas ocultas
Na justiça, o ano foi marcado pelo início do julgamento de parte dos envolvidos no escandâlo das “dívidas ocultas”, o que analistas consideram que tem o mérito de expor a promiscuidade na gestão da coisa pública.
Veja Também Dívidas ocultas: “Estamos aqui diante de uma farsa” diz António Carlos do RosárioManuel Chang, ex-ministro das Finanças, envolvido no mesmo caso, continua detido na África do Sul.
As autoridades de justiça daquele país decidiram que Chang deve extraditado para os Estados Unidos, para enfrentar uma acusação relacionada a crimes financeiros, mas Moçambique submeteu recurso.
Conquistas na literatura e desporto
A romancista Paulina Chiziane ganhou o “Camões-2021”, o maior prémio literário da lusofonia, e dedicou "ao país e toda África sofrida, colonizada, que luta para ficar de pé.
O prémio, disse a escritora "representa uma força de afirmação, que eu nem sabia que podia acontecer através de mim, por isso este prémio não é meu. É meu sim, porque eu é que pus o nome, mas tem raízes muito profundas".
Veja Também “Celebro a luta de todos os que me fizeram gente, mulher consciente para poder escrever a memória do meu povo” - Paulina ChizianeO Ferroviário de Maputo teve um bom desempenho na na primeira edição da Liga de Basquetebol Africano patrocinada pela NBA, ao classificar-se como 5a melhor equipa do continente.
Resiliência
No final do ano, o presidente Filipe Nyusi faz um balanco positivo, desafia as forças armadas a serem mais ferrenhas n aluta contra o terrorismo, e sonha com uma economia resiliente em 2022.
Veja Também Nyusi exige combate cerrado ao terrorismo, mas fragilidades podem facilitar a expansãoNyusi diz que “o estado geral da nação é de auto-superação, reversão das tendências negativas e conquista da estabilidade económica”
Mas a oposição, na voz do líder da Renamo, Ossufo Momade, recorda que “a corrupção generalizada retarda o desenvolvimento e retrai investimentos e impende o facil acesso dos cidadados aos servicos publicos”.
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