"Moçambicanos merecem eleições livres de violência e que reflitam a vontade do povo", dizem EUA que pedem paz e unidade

  • VOA Português

Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado americano, Washington

Departamento de Estado apela as partes a que se abstenham da violência e se envolvam numa colaboração significativa para restaurar a paz

O Governo dos Estados Unidos diz estar precupado com a situação em Moçambique e apelou a todas as partes interessadas que se abstenham da violência e se envolvam numa colaboração significativa para restaurar a paz e promover a unidade.

Violência e saques marcam dia após anúncio do resultado das eleições em Moçambique

Este posicionamento da Administração Biden surge após a confirmação na segunda-feira, 23, pelo Conselho Constitucional da vitória do candidato da Frelimo nas Presidenciais e do partido no poder nas Legislativas e Provinciais de 9 de outubro.

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"Os Estados Unidos apelam a todas as partes interessadas para que se comprometam com reformas eleitorais e institucionais sérias para garantir o futuro de Moçambique como uma verdadeira democracia multipartidária", diz a nota do Departamento de Estado, assinada pelo seu porta-voz.

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Caos e destruição em Maputo após anúncio de resultados eleitorais

"Organizações da sociedade civil, partidos políticos, meios de comunicação social e observadores internacionais, incluindo os dos Estados Unidos, citaram irregularidades significativas no processo de apuramento, bem como preocupações com a falta de transparência durante todo o período eleitoral", lembra Matthew Miller, acrescentando que os "Estados Unidos apelam a todas as partes interessadas para que se abstenham da violência e se envolvam numa colaboração significativa para restaurar a paz e promover a unidade".

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Ante os protestos que irromperam no país desde 24 de outubro e que deixaram mais de 130 mortos e centenas de feridos e muita destruição, aquele porta-voz afirma que "s responsáveis pelas violações dos direitos humanos, incluindo o assassinato de manifestantes e de dirigentes partidários e o uso excessivo da força pelas forças de segurança, devem ser responsabilizados".

Para Washington, "os moçambicanos merecem eleições livres de violência e que reflitam a vontade do povo".

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Mandatária de Venâncio Mondlane diz que irão reagir aos resultados em momento oportuno

Ontem, o Conselho Constitucional confirmou a vitória do candidato da Frelimo, partido no poder, nas eleições presidenciais de 9 de outubro, com 65,17 por cento, contra 70,67 por cento atribuídos pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Ao ler o acórdão 24 do órgão, a juíza-presidente do CC confirmou também a vitória da Frelimo nas legislativas, nas Assembleias Municipais e para governadores nas 10 províncias.

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Venâncio Mondlane, apoiado pelo Podemos e que lidera as manifestações a partir de parte incerta, obteve, segundo o CC, 24,19 por cento, contra 20,32 por cento atribuídos pela CNE, mais quatro por cento.

Refira-se que, na quinta-feira, 19, Os Estados Unidos elevaram o seu nível de alerta contra viagens para Moçambique, afirmando que os protestos podem tornar-se, rapidamente, violentos.