Moçambicanas vítimas de atrocidades da guerra civil querem ser escutadas

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Mulheres moçambicanas brutalmente violentadas no conflito de 16 anos querem serem escutadas e ver os seus direitos restituídos.

Entre outras atrocidades, milhares de mulheres foram vítimas de abuso sexual, agressão física e psicológica, actos levados a cabo por homens armados.

A guerra em referência teve como beligerantes as forças governamentais e a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), que foi transformada em partido politico após o Acordo de Roma, em 1992.

As exigências das vítimas constam do relatório “Impacto dos Conflitos Armados na Vida das Mulheres e Raparigas em Moçambique”, das organizações Advogados Sem Fronteiras (ASFC), do Canadá; e da moçambicana Mulher, Lei e Desenvolvimento (Muleide).

O estudo foi realizado, nas províncias de Gaza, Sofala, Nampula e Zambézia, por especialistas do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, do Instituto Superior de Relações Internacionais.

“As mulheres pedem para ser escutadas e que se preserve a sua memória, garantindo-se o resgate histórico dos acontecimentos do passado para que o que ocorreu não volte a se repetir nas gerações vindouras”, escreveuo director-geral da ASFC, Pacal Paradis.

Paradis acrescenta que as mulheres “reivindicam acções que garantam o direito à educação para os seus descendentes e acesso a projectos de geração de renda que permitam reduzir o impacto das privações económicas a que estão expostas”.

Filipa Baltazar da Costa, presidente da Muleide, diz que o estudo irá ajudar organizações como a sua na protecção e defesa de direitos das mulheres “assente nos pilares de uma justiça transicional capaz de dar voz às vitimas de conflitos e de compensar, onde for possivel, pelos danos destes na vida das mulheres e raparigas”.

Acompanhe a entrevista conduzida por Amâncio Miguel com Rafa Machava, directora executiva da Muleide; e Egna Rachel Sidumo, pesquisadora do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais:

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