Doze activistas cívicos e jornalistas moçambicanos e zimbabueanos foram impedidos de entrar em Angola e recambiados para Joanesburgo por, alegadamente, não disporem de vistos de entrada, circunstância que é negada pelos visados, entre os quais Joana Maria Macia, do "Notícias" e Manuel Lourenço do "Independente". Este incidente ocorre dias antes da abertura, na segunda-feira, da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC.
Prosseguiu hoje pelo segundo dia consecutivo, a reunião de peritos da SADC, órgão técnico de preparação dos temas que vão ser agendados para a Cimeira dos chefes de Estado e de Governo, marcada para a próxima semana.
Questões como a proposta de orçamento anual de funcionamento do órgão e outros sobre vias de implementação prática do processo de integração estão nesta altura a merecer apreciação dos analistas.
Um designado Comité Permanente dos Altos funcionários da SADC dirige esta reunião preliminar que tem lugar no Centro de Convenções de Talatona, precisamente no mesmo local onde vai ter lugar a reunião magna.
Numa altura em que reina natural expectativa relativamente a presidência de Angola cujo mandato inicia logo depois da Cimeira.
As expectativas fundam-se no facto do país anfitrião, ter entrado na boca do mundo pelo desempenho económico que tem tido nos últimos anos, com os dois dígitos de taxa de crescimento que registou, país rico em recursos naturais, despertando o interesse do investidor externo.Doutro lado está o facto de Angola ser visto em termos muito práticos, como daqueles países que resiste a implementação das políticas de integração. Á título de exemplo, consta que dos 32 Protocolos aprovados até hoje pela SADC, o país ratificou apenas 10.
Outro dos problemas tem haver com as dificuldades migratórias intra-regionais, enfrentadas pelos cidadãos dos países membros. Além disso a problemática do aprofundamento da democracia e o respeito pelos direitos humanos é outro dos desafios.
O re-embarque para a África do Sul ontem de 12 cidadãos entre activistas dos direitos humanos e jornalistas moçambicanos por alegada falta de visto de entrada voltou a despertar atenção desta dificuldade migratória no sentido para Angola.Este é um dos problemas que tem criado problemas a livre mobilidade de capitais, traço fundamental de aferição de certeza duma economia de mercado o que parece não ser a realidade por agora.
Manuel Lourenço Cossa do magazine "Independente" e Joana Maria Macia do jornal "Notícias" deslocavam-se para Luanda para participar num encontro sobre reportagem económica e género, a ser ministrado pela organização Gender Link. Segundo colegas com os quais viajavam, eles estavam documentados com vistos obtidos junto das entidades diplomáticas de Angola em Maputo.
Simão Milagres o porta-voz da Direcção de Emigração contrariou a versão dos visados.
Este incidente ocorre dias antes da abertura, na segunda-feira, da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC