Frelimo e Renamo negoceiam em segredo para evitar manifestações

Afonso Dhlakama

Dhlakama “é o único cidadão em Moçambique que diz claramente” que tem uma força armada “e nada lhe acontece”

Um perigo real

O mais recente discurso belicista de Afonso Dhlakama reflecte a necessidade de relançamento do líder da Renamo na agenda política nacional, defende o historiador e analista político moçambicano, Egídio Vaz Raposo, em entrevista à VOA.

Egídio Vaz Raposo, historiador moçambicano

Raposo reconhece que o perigo é real, fala dos riscos de desestabilização em Moçambique e garante que a Frelimo está a negociar secretamente com a Renamo para evitar a realização de manifestações de rua no país, depois de sublinhar que Dhlakama “é o único cidadão em Moçambique que diz claramente” que tem uma força armada “e nada lhe acontece”.

Egídio Vaz Raposo diz que existem duas Renamos: a Renamo militar que é fiel a Dhlakama e em que Dhlakama confia; e a Renamo institucional, maioritariamente constituída pelos deputados representados na Assembleia da República, que não seguem cegamente Dhlakama e cuja lealdade e disciplina o líder da Renamo põe em dúvida.