O novo movimento de cidadãos na Guiné-Bissau contra a crise política denominado “Bassora di Povo” (em português Vassoura do Povo) defende um “Governo popular” para dez anos.
A posição foi tornada pública por um dos protagonistas das manifestações, nesta terça-feira, 22, em entrevista à VOA .
A concentração que estava prevista realizar-se perto sede do Governo hoje acabou por ser interrompida, depois de um grupo de polícias ter ordenado a dispersão manifestantes sob “ordens superiores”.
Contudo, os líderes do movimento afirmam que não vão desarmar-se, até que as suas revindicações se efectivem, ou seja, romper com o sistema, através de “uma nova ordem política e social no país”.
Saturnino de Oliveira, uma das caras do movimento, defende um Governo Popular, com a duração mínima de dez anos com objectivos específicos.
“Vamos resgatar o Estado, o que significa que vamos mandar todos os políticos e toda classe politica para casa. Depois disso vamos criar uma comissão que será encarregue de indicar figuras para vão assumir as funções da República durante dez anos. Este Governo popular terá como missão fazer uma reforma estrutural, começando na Constituição da República, passando pelo sector da Defesa e Segurança, Educação, Saúde, Administração Pública, e demais instituições da República”, explicou.
A exigência para muitos observadores é inoportuna, mas na perspectiva do movimento é a única saída plausível para tirar o país das incessantes instabilidades políticas e da pobreza extrema.
O movimento “Bassora di Povo” acredita mesmo nos seus objectivos e, segundo Saturnino de Oliveira, as suas acções não vão limitar-se às manifestações de rua, mas também, a outras iniciativas de consciencialização dos guineenses, “sobre a necessidade de corrigir a situação por que passa o país há várias décadas”.