Morreu, nesta quarta-feira, 9, em Maputo, Azagaia, cantor moçambicano de rap.
O Canal de Moçambique escreve que o também activista social perdeu a vida, “em casa em circunstâncias ainda por esclarecer”.
Segundo o jornal, “uma fonte familiar que está a acompanhar o processo de perto disse que uma equipa médica já esteve na sua sua residência na esperança de reanimá-lo, mas acabou por confirmar o óbito”.
Baptizado Edson da Luz, Azagaia era bastante crítico de políticos no poder, tendo se tornado popular pela interpretação de temas de intervenção social como “as mentiras da verdade”.
Activistas, rappers e fãs reagiram com tristeza à notícia e encheram as suas páginas nas redes sociais com homenagens.
Miguel de Barros, activista da Guiné-Bissau, destacou Azagaia como "símbolo do desassossego".
Zola Mandela, activista angolano escreveu no Twitter: "Foi-se o líder. Mano Azagaia, a revolução continua".
Postura combativa
Azagaia viveu até os 10 anos na sua terra natal, Namaacha, na província de Maputo, conforme entrevista dada ao sociólogo Carlos Serra, em 2007.
A entrevista, republicada no facebook, revela que Azagaia nascera a 6 de Maio de 1984, de pai originário de Cabo Verde e mãe moçambicana.
Na música, a iniciação inclui a participação no grupo Dinastia Bantu.
Na mesma entrevista, Azagaia disse que era um artista de “intervenção social e até certo ponto política também” e que apresentava as suas “ideias para se solucionar alguns problemas da nossa moçambicanidade, o que poderá aplicar-se também a nós como africanos”.
Quanto ao seu nome artístico, ele explicou que “surge na tentativa de adequar a nossa cultura africana à música hip hop (…) sendo a azagaia um instrumento de combate nos povos bantu, eu achei interessante adoptá-lo como alcunha, visto que a minha postura sempre foi combativa, vou directo aos meus alvos”.
Azagaia fez parte do Movimento Humanista e frequentou o curso de geologia na Universidade Eduardo Mondlane.