O secretário-geral da Frente Polisário e presidente da República Árabe Sarauí Democrática (RASD), Mohamed Abdelaziz, morreu na terça-feira, 31, aos 68 anos, vítima de doença prolongada.
Em nota, o movimento independentista pediu um período de luto de 40 dias, após o qual um novo secretário-geral será escolhido.
Na Argélia, o presidente Abdelaziz Bouteflika decretou luto de oito dias e abriu a reunião de um Conselho de Ministros com um minuto de silêncio em homenagem ao líder independentista.
“É uma grande perda para o povo saharaui”, disse à AFP Mohamed Keddad, dirigente do movimento, lembrando que “ele sacrificou a sua vida pela libertação do Saara Ocidental, incorporou a sabedoria, a ponderação, o compromisso sincero e firme pela libertação do Saara Ocidental”.
Em Fevereiro passado, Mohamed Abdelaziz apareceu enfraquecido ao receber o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, num campo de refugiados em Tindouf, na Argélia, que indiciava estar doente.
O dirigente histórico da causa da independência do Saara Ocidental, Mohamed Abdelaziz nasceu na cidade de Smara a 17 de agosto de 1947, parte do então Saara espanhol, e estudou Medicina na Universidade de Marrocos.
Depois de proclamada a República Árabe Sarauí Democrática, a 27 de Fevereiro de 1976, foi eleito a 9 de Junho sucessor do primeiro secretário-geral da Frente Polisário e reeleito desde então para o cargo 11 vezes, a última das quais em 2011.
Marrocos sempre considerou o Saara Ocidental como parte integrante do seu território.
Um plano da ONU para um referendo de autodeterminação nesse território continua bloqueado desde 1992 por Marrocos, que defende uma ampla autonomia sob a sua soberania.
A Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO) supervisiona desde então um cessar-fogo oficialmente proclamado pela Frente Polisário em setembro de 1991.