Centenas de pessoas encheram supermercados na cidade da Beira, em Sofala, para comprar alimentos e água em resposta aos apelos das autoridades face à ameaça da tempestade tropical Chalane, que poderá atingir a costa moçambicana nesta quarta-feira, 30.
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Por enquanto a tempestade tropical Chalene, que entrou nesta segunda-feira, 28, para o canal de Moçambique, é moderada, mas pode evoluir para a categoria de "severa", quando na quarta-feira se abater em pleno sobre a costa moçambicana, e afectar quatro milhões de pessoas.
“Ainda nem nos desfizemos das lembranças amargas do ciclone IDAI, agora temos de nos preparar para o novo ciclone, e precisamos abastecer o máximo com água e cereais” disse Lurdes Mariamo, uma moradora da Chota, um subúrbio da Beira, ainda com sinais de destruição do ciclone Idai.
Veja Também Tempestade tropical Chalane poderá prejudicar quatro milhões de moçambicanosO Comité Operativo provincial de Emergência de Sofala reatcivou os comités de risco nos seus 13 distritos, e voltou a pedir a população a evitar lugares vulneráveis e a abandonar as zonas consideradas de risco face à tempestade tropical.
Teixeira Almeida, delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse que foi feito um pré-provisionamento de viveres nos 13 distritos vulneráveis, com cereais, leguminosas e óleo alimentar, além de plásticos para a cobertura de casas.
Albano Caris, vereador de urbanização no Conselho Municipal da Beira, disse que “por prevenção porque, a partir de 29 de dezembro, o ciclone pode atingir a cidade da Beira, apelamos as pessoas a colocar sacos de areia sobre chapas de cobertura de casas expostas e a ficar dentro de casa”.
A secretária de Estado da província de Sofala, Stela Pinto, disse que há maior probabilidade do ciclone se abater sobre todos os distritos de Sofala, e alertou sobre a necessidade dos avisos prévios chegarem a toda a população para que não seja surpreendida pelo fenómeno.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) de Moçambique informou hoje que tempestade tropical moderada Chalane entrou no canal de Moçambique, podendo evoluir até ao ponto de tempestade tropical severa e atingir a costa moçambicana na quarta-feira, com destaque para as províncias de Zambézia e Sofala, no centro do país.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que num cenário "pessimista" o ciclone poderá atingir quatro milhões de pessoas.
Em 2018, os ciclones Idai e Kenneth, na região, mataram mais de 700 pessoas.