Monica Semedo, eurodeputada e filha de cabo-verdianos diz que Luxemburgo é exemplo

Eleita no domingo quer defender os valores do Luxemburgo do Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu (PE) vai ter uma deputada com nome português, mas que não é natural é de nenhum país de língua portuguesa.

Mónica Semedo, nasceu no Luxemburgo, mas é filha de cabo-verdianos e vai representar aquele pequeno país que, no entanto, tem um peso significativo na política europeia.

Semedo, que foi jornalista e apresentadora de televisão e concorreu pelo Partido Democrata (DP), actualmente no poder, acredita que os valores de Luxemburgo constituem um exemplo do que deve ser a Europa.

O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. foi um dos primeiros a felicitar Monica Semedo depois da eleição no domingo para o PE como a própria confirmou à VOA.

“Sim, me felicitou e estamos em contacto”, confirmou Semedo, quem revelou a sua alegria pelo facto de muitos cabo-verdianos a terem felicitado e de a imprensa cabo-verdiana ter dado destaque à sua eleição.

Monica Semedo festeja

Até o ano passado, Semedo era apresentadora da Rádio e Televisão de Luxemburgo, onde começou muito jovem e esteve por 22 anos, antes de optar por uma outra forma de intervenção pública.

“Um dos momentos-chave foi quando assumi ser embaixadora das Aldeias SOS para crianças, tendo visitado nessa qualidade a Guiné-Conakri e Cabo Verde, e outro foi quando recebi um prémio da comunidade cabo-verdiana em 2017”, explica Monica Semedo, que agora, está consciente da sua responsabilidade em Estrasburgo e em Bruxelas.

Em Outubro tinha tentado o Parlamento nacional, mas não conseguiu e decidiu agora um salto maior.

Na sua “nova missão”, a eurodeputada promete defender “a Europa, Luxemburgo e os seus valores”, quando está em jogo o futuro do velho continente.

Apesar de ser filha de imigrantes, Monica Semedo assume-se como cidadã do Luxemburgo país que para ela é a cara e um exemplo para Europa.

"Todos têm a sua origem, e é claro que tenho orgulho das minhas origens cabo-verdianas, mas aqui temos franceses, latinos, pessoas de 170 nacionalidades num país de 600 mil cidadãos, que é a cara da diversididade".

Por agora, Monica Semedo diz que a vida não mudou, mas sabe que "irá alterar em breve".

Entretanto, da mesma forma que "procurava como dar as notícias mais difíceis", quando trabalhava na televisão, no PE vai "tormar as melhores medidas, com base nos nossos valores e a favor das pessoas".