O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, desloca-se à Rússia na segunda-feira, 8, para uma visita de dois dias, a sua primeira desde a invasão da Ucrânia, numa linha ténue entre a manutenção de uma aliança de longa data com Moscovo e o estreitamento dos laços de segurança com o Ocidente.
A Rússia é um dos principais fornecedores de petróleo e armas a baixo preço para a Índia, mas o seu isolamento do Ocidente e a crescente amizade com a China afectaram a sua parceria de longa data com Nova Deli.
Nos últimos anos, os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais têm cultivado laços com a Índia como um baluarte contra Pequim e a sua crescente influência na Ásia-Pacífico, ao mesmo tempo que pressionam o país a distanciar-se da Rússia.
Modi, que voltou ao poder no mês passado como líder do país mais populoso do mundo, visitou a Rússia pela última vez em 2019 e recebeu o Presidente Vladimir Putin em Nova Deli dois anos depois, semanas antes da invasão.
A guerra da Rússia na Ucrânia "transformou" os laços com a Índia, disse Swasti Rao, de um 'think tank' financiado pelo ministério da defesa da Índia, o Instituto Manohar Parrikar de Estudos e Análises de Defesa.
"Não há um declínio da boa vontade entre a Índia e a Rússia em si", afirmou. "Mas há desafios que surgiram.
"Trata-se de fatores externos que têm sido suficientemente fortes para provocar uma mudança de paradigma nas questões bilaterais Índia-Rússia", acrescentou.
Nandan Unnikrishnan, da Observer Research Foundation, sediada em Nova Deli, afirmou que a próxima reunião presencial mostra que as duas partes estão a procurar formas de avançar.
"Tem havido pressões sobre a Índia e tem havido pressões sobre as relações entre a Índia e a Rússia", disse Unnikrishnan.
"As interações cara a cara ajudam a definir posições", acrescentou. "Tenho a certeza que o Sr. Modi gostaria de receber uma avaliação de Putin sobre a guerra na Ucrânia".