Moçambique, um dos 5 países em África a ter em conta em 2014

Melhor distribuição de bens e emprego são apontados como os factores preponderantes do sucesso de Moçambique.
Segundo uma reportagem da US News, Moçambique está entre os cinco países que vale a pena olhar em 2014, no que toca ao desenvolvimento do continente africano. A reportagem refere que a “pérola do Índico” poderá fazer uma “grande diferença dentro das condições e circunstâncias certas”.

A US News faz uma descrição das características socio-económicas e políticas destes cinco países e destaca o potencial de investimento de cada um. Na lista dos cinco melhores Moçambique aparece primeiro, seguido da Namíbia, Zâmbia, Costa do Marfim e Ruanda. A análise é de Stephen Hayes, CEO da Corporate Council on Africa.

Moçambique tem uma das maiores reservas naturais de gás, bem como petróleo, descoberto em 2013 na sua costa. Esta descoberta teve implicações directas no potencial de riqueza do país que pode torná-lo tão rico quanto os impérios árabes.
Com os últimos acontecimentos que puseram em causa a estabilidade do país, o Presidente Armando Guebuza e o seu sucessor têm em mãos o desafio de gerir a nação no sentido da prosperidade.


Melhor distribuição de bens e emprego são apontados como os factores preponderantes do sucesso de Moçambique.

Explorar melhor o potencial agrícola e turístico da costa moçambicana e das suas reservas, são sugestões deixadas por Stephen Hayes.

A Namíbia, apesar de grande, é pouco populada, sendo um dos países menos populosos do mundo, o que não constitui obstáculo para o país. A troca de bens entre os países fronteiriços faz-se com facilidade, por ter uma estrutura sólida para transporte desses mesmos bens, especialmente entre Angola e África do Sul.
A Namíbia tem um dos principais portos de África, que liga o continente às Américas, Walvis Bay.

O artigo do US News sugere que o país invista nos caminhos-de-ferro de Walvis Bay, que podem reduzir o custo dos navios comerciais para Angola, onde os bens “ficam armazenados no Porto de Luanda durante semanas”.


Os navios com destino a Joanesburgo e a Pretoria podem igualmente ganhar tempo com a rota pela Namíbia, do que continuando pelo oceano até à Cidade do Cabo e Durban.

Walvis Bay poderia assim ser o maior ponto central para transporte de bens e serviços , por terra e mar, beneficiando bastante o país.

A Zâmbia não tem costa, mas o seu desenvolvimento é notável. Depende essencialmente da exploração mineira, mas começou a investir na agricultura e no turismo, tendo as quedas de Victoria Falls como uma das maiores atracções.

Rodeada pela República Democrática do Congo, Tanzânia, Malawi, Moçambique, Zimbabué, Botsuana, Namíbia e Angola, a Zâmbia representa um modelo de desenvolvimento a seguir. O especialista Stephen Hayes aconselha o país a continuar a trabalhar na política agrícola e na distribuição justa da riqueza, como tem feito até agora, chamando à atenção para a presença chinesa no país, que já causou alguns problemas.

A Costa do Marfim já foi a jóia da África Oeste. Recupera-se agora de uma desastrosa guerra civil e mantém uma paz frágil. Se o país conseguir reconstruir a sua economia tem potencial para renascer e provavelmente mais rápido do que muitos países nesta região.

As descobertas de petróleo trazem uma certa confiança no que toca ao investimento estrangeiro. O Banco Africano de Desenvolvimento, outrora uma das âncoras da economia do país vai voltar a instalar a sua sede na Costa do Marfim, o que pode atrair outras instituições financeiras.

Apesar de não ser tão óbvio quantos os outros, o Ruanda consta da lista pela sua forte influência nos eventos políticos e económicos numa das regiões mais voláteis de África.

O Ruanda tem um dos sistemas de planeamento de desenvolvimento nacional melhor pensados em África, em grande parte, através do Conselho de Desenvolvimento Ruanda.

A agricultura, o turismo, o optimismo do povo (um dos mais optimistas de África) e a possibilidade de vir a ser um grande centro de serviços para a região, colocam o país numa boa posição para ser um dos melhores.

Contudo, o calcanhar de Aquiles do Ruanda é a incapacidade de se entender com a sua história. Ainda não se conseguiu entender se o país precisa mais de um líder forte ou de um conciliador, um pacifista.