Seca e altas temperaturas devastam província moçambicana de Tete

Campo agrícola, Tete, Moçambique

Produtores procuram alternativas.

Altas temperaturas devastam horticulturas em Tete, província do Centro de Moçambique fortemente afectada pela seca.

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Seca tem efeitos nocivos em Tete

A VOA falou com Orlindo Vareta, que, em 2013, foi considerado o melhor produtor agrário da região.

Vareta, que vive no distrito de Moatize, perdeu 10 toneladas de vegetais e, para evitar mais perdas, está a pensar em introduzir novas técnicas de produção.

Orlindo Vareta, agricultor de Cateme, Moçambique

Natural de Guro, província de Manica, casado, pai de 6 filhos, agricultor desde 2009, Vareta vende sobretudo para grandes hotéis e supermercados da cidade de Tete, e fornecedores das empresas minaradoras de carvão a operar naquela província do centro de Moçambique.

Mas o negócio não vai muito bem, tendo perdido muita produção em 2016.

Por causa das altas temperaturas, que chegaram a ultrapassar os 43 graus centígrados, perdeu cerca de 10 toneladas de vegetais, com destaque para a alface, tomate, couve e repolho.

Tete é a pçrovíncia mais quente de Moçambique e a seca que afecta nove distritos só ajudou a contribuir para que agricultores como Orlindo Vareta sofressem perdas consideráveis nos seus campos de produção.

Produtos agrícolas, Tete, Moçambique

Para melhorar a produção e evitar precisamente mais perdas que Orlindo Vareta e outros companheiros do ramo estão a pensar em introduzir um novo sistema: estufas agrícolas, que vão permitir que os agricultores possam produzir durante todo o ano, sem sobressaltos.

Para além de ser produtor, Orlindo Vareta é gestor de um parque de tractores agrícolas pertencente a uma agência governamental e gere também um outro parque, privado, cuja tarefa é transferir tecnologias agrárias para os agricultores de Tete.

Agora, os produtores pensam em criar uma cooperativa como forma de melhorar a produção.

Os principais clientes dos horticultores de Tete são as grandes mineradoras de carvão cujos trabalhadores têm sido alimentados por vegetais que provêm, neste momento, sobretudo da África do Sul, uma situação que os agricultores de Tete querem alterar.