A questão da extradição de alguns exilados ruandeses volta à tona, por ocasião da visita a Moçambique do Presidente Paul kagame.
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Os governos de Moçambique e do Ruanda ainda não chegaram a nenhum acordo sobre a extradição de ruandeses procurados pela justiça daquele país e que se acredita estarem escondidos em Moçambique.
A justiça de Kigali procura, pelo menos, 12 cidadãos ruandeses associados a crimes relacionados com o genocídio de 1994, que acredita estarem a viver em Moçambique, onde entraram como refugiados.
O pedido de extradição do regime de Kigali é oficial já faz algum tempo, e foi reforçado hoje num encontro oficial entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o seu homólogo Ruandês, Paul Kagame, que se encontra em visita de Estado de dois dias a Moçambique.
No final das conversações, o Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, disse que ainda não há resposta sobre o assunto, porque dada a sua sensibilidade, há que se fazer uma análise cuidadosa.
“Tudo isto requer um exame cuidadoso e os dois países estão a fazer em conjunto para tentar preencher os requisitos que possam permitir, se for o caso, a efectivação da extradição” disse Baloi, em conferência de imprensa conjunta com a chefe da diplomacia de Kigali, Louise Mushikiwabo.
Fora disso, Baloi disse que é preciso valorizar o trabalho que a comunidade ruandesa está a desenvolver no país, uma vez que, ainda que existam cidadãos em conflito com a Lei do seu país, é uma grande minoria.
“A nossa grande preocupação é garantir que as normas internacionais de apoio aos refugiados sejam observadas por Moçambique, assim como Moçambique espera que as pessoas da sua diáspora se vejam protegidas”, realçou Baloi.
Dados oficiais indicam que existem em Moçambique três mil ruandeses, entre eles refugiados, requerentes de exilo e outros com a cidadania regularizada.