Num estudo apresentado recentemente em Maputo, o académico e pesquisador moçambicano, Carlos Shenga, diz que a oposição política e a sociedade civil não se engajam nos processos políticos e isso representa uma ameaça à democracia em Moçambique.
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Gestor regional do projecto Variedades de Democracia para Africa lusófona do centro de pesquisa sobre governação e desenvolvimento, Shenga considera que em Moçambique, a oposição ignora os processos democráticos.
Num estudo apresentado recentemente em Maputo, o pesquisador sustenta que a democracia moçambicana pode sobreviver se houver melhorias no que diz respeito ao engajamento dos actores políticos no processo democrático.
O sociólogo Moisés Mabunda concorda e diz que os partidos políticos moçambicanos apenas querem estar no poder, mas não estão organizados, sublinhando que Moçambique precisa de uma oposição organizada, capaz de ser uma alternativa à Frelimo.
Destacou que se o eleitorado moçambicano não tivesse os desafios que tem, a oposição não teria conseguido os resultados que teve nas recentes eleições em Moçambique, porque não apresenta proposta alternativa às pessoas.
Na opinião do pesquisador, existe em Moçambique um baixo nível de democracia, o que se traduz na falta de apoio a processos democráticos por parte dos cidadãos.
Para o analista Francisco Matsinhe, isso é verdade, e traduz-se, sobretudo, na fraca participação das pessoas nos processos eleitorais.
"Isso é preocupante porque acaba tirando, não diria legitimidade, mas autoridade moral dos eleitos; seria bom se tivéssemos uma participação igual ou superior a 60 ou 70 porcento, porque isso significaria que a maioria dos moçambicanos participou no processo democrático", considerou aquele analista.
Na sua opinião, algumas deficiências na organização dos processos eleitorais, incluindo a troca de cadernos eleitorais, também contribuem para a fraca participação dos cidadãos.