Mais de vinte partidos políticos moçambicanos sem representação parlamentar organizam nos dias 20 e 21, em Maputo, uma manifestação de repúdio à actual situação do país marcada por um endividamento secreto e conflito político-militar.
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O endividamento secreto de mais de 1.4 mil milhões de dólares provocou a retirada do apoio dos principais doadores, incluindo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
A crise político-militar entre o Governo e a Renamo, maior partido da oposição, provocou dezenas de mortes, em particular no centro do país, onde a circulação rodoviária torna-se mais arriscada.
“Queremos que o governo e a Renamo parem imediatamente com as hostilidades militares (…) e que o governo vá ao Parlamento justificar a dívida,” disse João Massango, Secretário-geral do partido ecologista, em nome do grupo.
Massango disse que toda a informação sobre a greve foi encaminhada às autoridades, incluindo a Procuradoria Geral da República, Ministério do Interior, Assembleia da República, Conselho Municipal.
Neste momento, disse Massango, os partidos estão a mobilizar as organizações da sociedade civil e população para se juntarem ao movimento.
“É uma manifestação do povo e queremos ter cerca de um milhão e quinhentas mil pessoas,”disse.
O número corresponde quase a totalidade dos habitantes das cidades de Maputo e Matola, mas Massango disse que dada a relevância da reivindicação, muitos irão alinhar. “Todo o povo oprimido, quando o assunto é de todos (…) vai sair à rua, desde que seja dentro da legalidade”.
“Queremos que a polícia garanta que o povo manifeste de forma pacífica, nada de vandalismo ou envio de indivíduos para criar problemas”, disse Massango.
Além do Ecologista, de João Massango, o grupo de mais de vinte partidos inclui o PDD (liderado por Raúl Domingos, ex-número dois da Renamo), MPD, PRD, ALIMO, MJRD e SOL.