Madeireiros moçambicanos mostram-se contra a extensão por mais três meses do defeso na exploração florestal decretada pelo Governo, após inúmeras irregularidades detectadas aquando da "operação Tronco".
Your browser doesn’t support HTML5
O ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural Celso Correia reafirmou que a extensão do período de defeso por um prazo de três meses pretende criar uma base sólida que permita definir um novo modelo de exploração florestal.
A "Operaçao Tronco" foi lançado a 1 de Março e detectou irregularidades graves em 75 por cento dos 120 estaleiros de exploração de madeira fiscalizados, tendo sido apreendidos 120 mil metros cúbicos de madeira ilegal.
Perante estas irregularidades, o Executivo decidiu prolongar por mais três meses a interdição de corte de madeira nas florestas do país.
"Estes três meses podem trazer mais coisas boas do que coisas menos boas. Não estou preocupado com a quantidade (de madeira apreendida) não estou preocupado com as multas, o mais importante é nós construirmos a cadeia de valores do sector florestal", disse o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia.
Esta medida não colheu o agrado de todos os madeireiros que querem que a interdição abranja apenas aos infractores.
"Estão a tratar a todos como bandidos, e não é justo. O Mitader está a tomar medidas que têm sido corajosas, são dolorosas, mas se nós continuarmos a tentar fingir que queremos resolver, não vamos resolver", disse Afonso. Auto, explorador florestal.
Entretanto, o ambientalista João Massango considerou a medida oportuna, visto que os crimes florestais assumem contornos transfronteiriços.
Massango cita, como exemplo, a detenção no Malawi, em Novembro último, de madeireiros que faziam a exploração numa área fronteiriça disputada pelos dois países.
Para aquele especialistas, "o grande problema do nosso território é à falta de delimitação territorial, sabemos que nas províncias que fazem fronteira com os países do interland como Malawi e Zâmbia há este problema e quando se apercebe que Moçambique está a fazer a marcação cerrada através dos portos, através dos agentes do Estado, eles tiveram que mudar a táctica".
Moçambique perde anualmente perto de 200 milhões de dólares com o contrabando no sector florestal.