O terceiro Recenseamento Geral da População em Moçambique arrancou esta terça-feira, 1 de Agosto, de forma tímida.
Alguns cidadãos dizem não ter tido a devida informação e assumem ter receio de oportunistas.
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"Outros foram ao serviço, não tiveram a devida informação, não tiveram um pré-aviso", disse um recenseador.
Por outro lado, nalgumas residências, mesmo tendo sido informados, os chefes de família estavam ausentes e por isso não houve condições de fazer o registo.
"Eles não chegaram de explicar nada, a pessoa que veio deixar aquele bilhete que é o adjunto do Chefe de Quarteirão não chegou de dar a informação, nem a hora por isso acordei e fui trabalhar", disse o chefe de família, Orlando Afonso.
Porém, nem tudo é negativo. Há famílias que estavam devidamente informadas e permitiram que o processo de recenseamento fosse possível.
"Estamos preparados para podermos identificar as pessoas, que assim como vem uniformizados com crachats, então tenho a máxima certeza que ele é agente recenseador", disse Augusto Uamusse, chefe de família.
Atália João disse estar devidamente informada da importância do censo e afirmou que "o chefe do quarteirão informou-nos que temos que colaborar com este processo, pois é importante para o governo definir os seus programas e possamos contribuir para o desenvolvimento do país".
Entretanto, o Instituto Nacional de Estatística compromete-se a intensificar a campanha de divulgação do processo, que iniciou tardiamente devido à falta de fundos, garantiu o Presidente do INE, Rosário Fernandes.
"Está tudo garantido e a informação foi divulgada, o valor que estava previsto no global do orçamento de 75 milhões de dólares, que vai cobrir desde a informação prévia que vai ser buscada que passa pela cartografia censitária, que foi um trabalho extenso. Se houver falsos recenseadores há medidas penais previstas," disse Fernandes.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, e sua família, foi o primeiro a ser recenseado e apelou a colaboração de todos neste processo.
"O processo facilita a nossa vida em todos os aspectos; já vamos deixar de dizer que somos aproximadamente 25, 26 ou 27 milhões de habitantes, vamos ter um número muito mais próximo da realidade, naturalmente com uma falha mínima,” disse Nyusi.
Nyusi explicou que “isso vai ajudar não só para o planeamento de diversas actividades, mas também para termos a consciência dos investimentos que estão a ser feitos para o povo moçambicano dirigem-se a quem".
O Censo 2017 vai abranger, para além de residentes em habitações tradicionais, os residentes em lares, Centros internatos e quartéis, outros lugares de aglomeração, bem como migrantes à data do recenseamento.
A expectativa é que, sejam abrangidos mais de cinco milhões de agregados familiares em todo o País.