O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a abertura que as autoridades moçambicanas estão a demonstrar nas discussões sobre o impacto das dívidas escondidas poderá restituir a confiança daquela instituição financeira e de outros parceiros de cooperação em relação a Moçambique.
Uma fonte ligada ao processo de avaliação do impacto dessas dívidas disse à VOA que o Governo tem estado a colaborar de forma muito positiva com a missão do FMI e deu garantias de que as instituições judiciais estão a trabalhar sem qualquer interferência no seu esclarecimento.
A missão, liderada por Michel Lazare, manteve encontros com o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, com o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane e outros responsáveis governamentais.
"Foram encontros bastante positivos em que foi reiterada a determinação do Governo de colaborar com os órgãos de administração da justiça em tudo quanto for necessário para garantir o devido esclarecimento de todas as questões suscitadas em torno da problemática da dívida", destacou a mesma fonte.
O chefe da delegação do FMI, falando no final do encontro com o primeiro-ministro, disse que "tivemos muito boa troca de pontos de vista, conseguimos progressos sólidos nas discussões sobre a avaliação da economia e em relação às futuras discussões com Moçambique".
Um aspecto importante realçado nas discussões tem a ver com o facto de as autoridades governamentais terem sublinhado que o Governo respeita o trabalho dos órgãos da administração da justiça e tem estado a pautar a sua actuação pelo respeito ao princípio da independencia do poder judicial.
A Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchil, falando hoje no parlamento, afirmou estar já em curso a recolha de informações sobre a constituição, funcionamento e financiamento das empresas EMATUM, Proindicus e Mozambique Asset Management, bem como em relação aos processos de emissão de garantias pelo Estado moçambicano.
Entretanto, nos meios académicos afirma-se que ainda é cedo para se avaliar a real dimensão e o significado do optimismo da missão do Fundo, sobretudo tendo em conta a forma como os parceiros de cooperação abandonaram Moçambique.
A delegação do FMI termina, esta sexta-feira, 24, a sua missão a Moçambique.