Analistas moçambicanos questionam previsão de crescimento em 2017

Governo aponta uma taxa de crescimento 5,5 por cento

O Governo moçambicano insiste num crescimento económico de 5,5 por cento para 2017, mas analistas dizem não saber em que pressupostos se baseia esse optimismo exagerado, uma vez que os elementos profundos da crise ainda se mantêm na economia.

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Analistas moçambicanos questionam previsão e crescimento em 2017

O ministro moçambicano das Finanças, Adriano Maleiane, disse esta semana haver sinais positivos de recuperação económica, como resultado do clima de paz e tranquilidade que o país vive.

Aquele governante destacou que "o fim da tensão militar e as acções do Executivo visando a recuperação da confiança dos parceiros internacionais de cooperação, abrem boas perspectivas para que a economia volte a crescer".

Maleiane afirmou ainda que "nós estamos a viver hoje em paz, isso era um pressuposto para podermos crescer no nível que nós estimamos, de 5,5 por cento".

O analista Tomás Ubisse diz que o ministro das Finanças está a ser bastante optimista porque a retoma da economia devia reflectir-se, por exemplo, na redução do custo de vida, "mas não é isso que está a acontecer".

Para o analista, "o custo de vida é insustentável e afecta não somente a população vulnerável como também as classes média e alta, o que mostra que o país não está estável do ponto de vista económico".

Entretanto, o economista João Mosca entende que, neste momento, a crise pode reduzir um pouco, mas para uma verdadeira recuperação económica, vão ser necessárias reformas profundas.

Várias instituições internacionais, entre as quais The Economist Intelligence Unit, falam também numa eventual modesta recuperação da economia moçambicana em 2017.

Refira-se que neste momento o ministro moçambicano das Finanças está a visitar o centro do país, fundamentalmente, para mobilizar o empresariado local a incrementar a produção e a cumprir as suas obrigações fiscais.