A economia moçambicana deverá crescer apenas 4,8 por cento, em 2016, contra os 7 por cento previstos pelo Governo, o que poderá ser o mais baixo crescimento dos últimos 15 anos, segundo a Economist Intelligence Unit.
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O abrandamento da despesa pública e do investimento, bem como os impactos negativos das condições climáticas na agricultura, são apontados como sendo os principais factores que concorrem para o fraco crescimento por aquela consultora de estudos financeiros, ligada à revista britânica, The Economist.
A Economist Intelligence Unit refere que a taxa de crescimento da economia moçambicana está a baixar desde o ano passado e acrescenta que esta tendência irá manter-se ao longo dos próximos anos, sobretudo devido a problemas no sector da agricultura.
Em Moçambique a agricultura é considerada a base de desenvolvimento do país, mas ao longo do tempo tem sido negligenciada em termos de investimentos no sector.
Cerca de 80 por cento da população moçambicana, estimada em 24 milhões de habitantes, vive da agricultura.
Luísa Diogo, economista e antiga primeira-ministra de Moçambique, diz que o país deve investir na agricultura porque esta tem o potencial para impulsionar o desenvolvimento de outros sectores.
“A agricultura é a convergência do sistema de água, da rede de estradas, de comunicações, educação, saúde e das próprias políticas agrárias que são aplicadas e que podem influenciar o desenvolvimento de outros sectores", diz Diogo.
Para o economista João Mosca, a agricultura também é importante para o desenvolvimento do país, sobretudo porque pode contribuir para uma maior diversificação da economia.
Refira-se que o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma também que apesar de registar um crescimento de 6 por cento, esta taxa é a mais baixa dos últimos 20 anos, afectada pela queda dos preços das matérias-primas e pelos adiamentos na exploração de recursos naturais, principalmente no gás natural.
Entretanto, o assessor económico da Confederação das Associações Económicas (CTA), de Moçambique, Eduardo Sengo, reconhece que a economia não está a atravessar bons momentos, mas considera que essas previsões podem estar baseadas em percepçoes.
Segundo a Economist Intelligence Unit, do crescimento económico de 6,8 por cento ao ano, previsto entre 2017 a 2020, as projeções baixaram para 5,8 por cento, uma vez que se irão manter os preços baixos de matérias-primas.