Analistas dizem que as deserções na Renamo podem levar ao desaparecimento do mapa político do maior partido da oposição.
Esta semana, 67 membros da Renamo bateram com a porta, discordando da intenção do partido de não participar nas próximas eleições municipais de Novembro próximo, e gerais de 2014. O reporter da VOA, Ramos Miguel, auscultou alguns analistas acerca das implicações dessa decisão.
Esta decisão não é consensual dentro da Renamo. Em Março passado, a Junta Nacional da Renamo havia desaconselhado também o boicote eleitoral, afirmando que isso faria com que muitos militantes abandonassem o partido e contribuiria para um descredito político da Renamo.
Analistas dizem-se preocupados com as deserções na Renamo, que podem levar ao desaparecimento do mapa político do maior partido da oposição em Moçambique, criando uma situação perniciosa para a democracia, e defendem que a liderança do partido deve agir no sentido de inverter este cenário.
O sociólogo Marcos Macamo considera que as deserções vão ter implicações politicas muito serias. Poderá desaparecer um partido com história no contexto da democratização em Moçambique. “O país precisa de uma oposição capaz de denunciar alguns excessos e eventuais ilícitos da governação, e eu não tenho receios em dizer que a Renamo vem fazendo esse papel. Podemos discutir se ela precisa ou não de aperfeiçoar a forma como o faz”.
Muitos deputados da Renamo ouvidos pela Voz da América disseram-se preocupados com o seu futuro, sobretudo político. “Depois desta legislatura, não sei qual será o meu futuro, já que há uma decisão de o partido boicotar as próximas eleições”, disse uma deputada da Renamo, por sinal com ligações familiares com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
O politólogo Lazaro Mabunda diz que as deserções vão ter um impacto bastante negativo na própria Renamo e constituem um aviso à liderança do partido, no sentido de que se este não for às eleições, muitos membros vão filiar-se noutros partidos, de modo a que possam participar nas próximas eleições.
Para Mabunda, todo o político esta na política porque quer conquistar o poder, sendo óbvio que se o partido em que milita decide não participar em eleições que possam conduzir a esse desiderato, esse político abandona o partido e procura oportunidades noutros partidos.
“Eu falei com um membro da Renamo e disse-lhe que se o partido não participar nas próximas eleições seria o fim da Renamo, sobretudo porque a Renamo iria reforçar não tanto a Frelimo, mas o Movimento Democrático de Moçambique-MDM. O ponto é que como muitos sabem que o MDM surgiu dentro da própria Renamo, muitos dos desertores poderão entregar-se ao MDM, para poderem concorrer nas próximas eleições, pois, ninguém quer ficar fora do jogo político”, disse Mabunda.
Em relação a comentários de que as deserções na Renamo resultam de uma acção da Frelimo visando enfraquecer a oposição, Lazaro Mabunda, disse que se isso corresponder à verdade, deve-se a algumas fragilidades existentes na própria oposição.
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Analistas dizem-se preocupados com as deserções na Renamo, que podem levar ao desaparecimento do mapa político do maior partido da oposição em Moçambique, criando uma situação perniciosa para a democracia, e defendem que a liderança do partido deve agir no sentido de inverter este cenário.
O sociólogo Marcos Macamo considera que as deserções vão ter implicações politicas muito serias. Poderá desaparecer um partido com história no contexto da democratização em Moçambique. “O país precisa de uma oposição capaz de denunciar alguns excessos e eventuais ilícitos da governação, e eu não tenho receios em dizer que a Renamo vem fazendo esse papel. Podemos discutir se ela precisa ou não de aperfeiçoar a forma como o faz”.
Muitos deputados da Renamo ouvidos pela Voz da América disseram-se preocupados com o seu futuro, sobretudo político. “Depois desta legislatura, não sei qual será o meu futuro, já que há uma decisão de o partido boicotar as próximas eleições”, disse uma deputada da Renamo, por sinal com ligações familiares com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
O politólogo Lazaro Mabunda diz que as deserções vão ter um impacto bastante negativo na própria Renamo e constituem um aviso à liderança do partido, no sentido de que se este não for às eleições, muitos membros vão filiar-se noutros partidos, de modo a que possam participar nas próximas eleições.
Para Mabunda, todo o político esta na política porque quer conquistar o poder, sendo óbvio que se o partido em que milita decide não participar em eleições que possam conduzir a esse desiderato, esse político abandona o partido e procura oportunidades noutros partidos.
“Eu falei com um membro da Renamo e disse-lhe que se o partido não participar nas próximas eleições seria o fim da Renamo, sobretudo porque a Renamo iria reforçar não tanto a Frelimo, mas o Movimento Democrático de Moçambique-MDM. O ponto é que como muitos sabem que o MDM surgiu dentro da própria Renamo, muitos dos desertores poderão entregar-se ao MDM, para poderem concorrer nas próximas eleições, pois, ninguém quer ficar fora do jogo político”, disse Mabunda.
Em relação a comentários de que as deserções na Renamo resultam de uma acção da Frelimo visando enfraquecer a oposição, Lazaro Mabunda, disse que se isso corresponder à verdade, deve-se a algumas fragilidades existentes na própria oposição.