Em Moçambique, o que muitos receavam já começa a ser visível nas instituições públicas.
A crise financeira bateu à porta e já entrou em algumas unidades sanitárias.
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O Centro de Saúde da Machava, na periferia da cidade de Maputo, é exemplo dessa situação e os funcionários, ainda que em condições de anonimato, já lançam o alerta.
“Estamos sem combustível nas ambulâncias há dois dias. Não sabemos como proceder em caso de precisarmos transferir pacientes para outras unidades”, denunciou uma das funcionárias, em condição de anonimato.
Nas paredes daquela unidade sanitária, a nossa reportagem encontrou colado em letras garrafais, pedidos aos utentes do hospital, para ajudarem com a aquisição de energia eléctrica, que já começa a faltar por falta.
Os doentes internados também já começaram a sentir os efeitos da crise e aos seus familiares são solicitados a levarem refeições para o hospital.
“A senhora directora veio nos dizer que não há comida e devemos mandar trazer comida de casa”, revelou uma das pacientes internadas na enfermaria da Maternidade.
Desde a suspensão do apoio orçamental que os parceiros internacionais tinham prometido para o país, por conta das chamadas dívidas escondidas, Moçambique começou a sentir os efeitos da crise.
O Governo está a implementar medidas de austeridade que incluem cortes de subsídios e outras regalias que pode comprometer o pagamento de salários dos próximos meses.
“O que estamos a dizer é que temos de controlar o pagamento das horas extras, abonos e outras regalias porque se continuarmos a pagar sem controlo, podemos chegar ao fim do ano com problemas de pagar salários”, reconheceu Adriano Maleiane, Mmnistro da Economia e Finanças, em Declarações à imprensa
A gravidade da situação financeira continua a ser pouco falada e as autoridades esforçam-se a dar uma imagem de estar tudo controlado, contudo, ao nível de todas as instituições do Estado, há indicações claras de que a crise já é uma realidade.