Em Moçambique, reina uma enorme expectativa em torno da prevista sessão do Conselho de Estado, no sentido de que este órgão de consulta do Presidente da República possa ajudar a resolver a tensão político-militar que o país atravessa.
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O Conselho de Estado vai reunir-se poucos dias depois da reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, dirigido pelo Presidente Filipe Nyusi, e num momento particularmente crítico para a paz e estabilidade de Moçambique.
O Conselho de Estado envolve conselheiros que também são da Renamo, o que confere uma importância fundamental a este órgão.
O bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Tomás Timbana, diz ser importante que o Conselho de Estado se reúna, por ser um espaço de diálogo que os moçambicanos anseiam.
"Creio que é uma oportunidade que se está a dar à paz de, provavelmente, a partir daí encontrar-se o meio de um melhor diálogo e de uma melhor articulação", destacou Timbana.
Para o também jurista José Machicame, a convocação do Conselho de Estado é sintomática da preocupação de que o Presidente Filipe Nyusi tem em relação ao conflito político na zona centro do país.
O Conselho de Estado é um órgão ao qual o Chefe de Estado não está vinculado em termos de subordinação das opiniões que poderão ser emitidas pelos conselheiros.
Contudo, para aquele jurista, o peso histórico e institucional das personalidades que fazem parte do Conselho de Estado faz revestir o mesmo de uma importância capital em relação ao tipo de orientação que o Presidente da República deve seguir na gestão dos problemas mais candentes que o país atravessa, incluindo a presente situação de conflito político.
Machicame é da opinião de que, tendo em conta que já havia sinais preocupantes de que o país estava a caminhar para uma situação mais séria, o Conselho de Estado deva ter-se reunido mais cedo.