Analistas moçambicanos acreditam que, apesar da cedência do Governo moçambicano à exigência da Renamo quanto à participação de mediadores no diálogo político, a paz poderá ainda demorar algum tempo, porque será necessário chegar-se a acordo sobre quem e por quê vai ser essa terceira parte.
Admitem no entanto que há luz no fundo do túnel.
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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, referiu-se a um drama humanitário nas zonas de conflito e disse aceitar a participação de observadores exigida pela Renamo, que nos últimos tempos tem vindo a intensificar os seus ataques como forma de pressão.
Alguns sectores da sociedade civil têm acusado o Governo de nada fazer para flexibilizar o diálogo com a Renamo, sendo por isso este gesto do Chefe de Estado moçambicano visto como uma resposta a essas acusações.
O analista político António Boene diz que com a aceitação da exigência da Renamo, "deu-se um passo importante nos esorços para a pacificação em Moçambique".
Entretanto, outros analistas afirmam que há um aspecto fundamental que deve ser analisado quando se fala da intervenção de terceira parte no diálogo: quem vai ser essa terceira parte e por quê vai ser essa parte.
Para o professor da cadeira de Negociação de Conflitos no Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique, Calton Cadeado, "este vai ser um elemento importante de discussão para se perceber qual será o custo político de escolher esta ou aquela parte para o diálogo".
Cadeado refere que ainda relacionado com esta questão, há um outro aspecto que deve ser equacionado, que tem a ver "com a factura que Moçambique vai pagar amanhã pela entrada de mediadores internacionais neste diálogo".