Cerca de 300 jornalistas, académicos e estudantes de 28 países, incluindo Moçambique, recordaram a coragem profissional do jornalista moçambicano, Carlos Cardoso, na universidade sul-africana de Witwatersrand, em Joanesburgo.
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Carlos Cardoso, assassinado há 16 anos em Maputo, foi estudante na WITS, da qual foi deportado em 1974 por causa de ligações com a Frelimo, em Moçambique.
Coincidência ou não, o conterrâneo de Carlos Cardoso, Eduardo Chivambo Mondlane, fundador da Frelimo, fora também expulso da WITS, em 1949, pelo regime do apartheid por ser negro, um ano depois da vitória do Partido Nacional.
Observando a trégua na batalha movida pelos estudantesque exigem ensino gratuito na África do Sul, a WITS promoveu palestra em memória do jornalista moçambicano.
Moçambique participou com 11 jornalistas e estudantes.
A obra de coragem profissional de Carlos Cardoso foi apresentada pela jornalista Mercedes Sayagues, que conheceu moçambicano.
Segundo Mercedes, no final da década de 1980, Carlos Cardoso e outros jornalistas moçambicanos persuadiram o Presidente Joaquim Chissano para facilitar a aprovação de uma lei progressiva de liberdade de imprensa em Moçambique, no meio de radicalismo adverso da Frelimo, partido no poder.
Mais tarde, Cardoso usou a lei para abrir o primeiro jornal privado depois da independência.
Ironicamente, ele foi assassinado quando investigava um caso de fraude bancária que envolvia o filho primogénito de Chissano.