Moçambicano Mário Macilau expõe a realidade das crianças de rua em Nova Iorque

  • Amâncio Miguel

Foto: Mário Macilau, cortesia Ed Cross Fine Arts

Macilau promete publicar este ano o seu primeiro livro de fotografias e participar numa residência artística em São Paulo.

“Como é que se pode dar a responsabilidade de tomar conta de uma família a uma criança?” A questão é colocada por Mário Macilau, moçambicano que usa a fotografia para denunciar o abuso dos direitos da criança no seu país.

E esta semana a sua obra foi exibida em Nova Iorque, sob a designação “Growing in darkeness” (crescendo no escuro), que resulta de três anos de reportagem sobre o quotidiano das crianças que vivem na rua, em Maputo, a capital de Moçambique.

Ninja, Mário Macilau cortesia Ed Cross Fine Arts

As fotos tiradas entre 2012 e 2015, e também exibidas na Bienal de Veneza, retratam uma realidade que Macilau conhece melhor do que ninguém.

“Fui criança de rua durante 15 anos e falo dentro de um contexto que não é estranho para mim,” diz.

Para Macilau, a solução para as situações que contesta, incluindo a educação e exploração de crianças, passa pelo respeito dos direitos humanos e fim da negligência.

Macilau critica os pais que não dão o mínimo de carinho aos filhos.

Mário Macilau

​Na conversa com a VOA, Macilau revela que, depois da exposição em Nova Iorque, da sua agenda desde ano consta uma residência artística em São Paulo e, em dois meses, o lançamento do seu primeiro livro.

Nascido em 1984, Macilau é fotógrafo profissional desde 2007. As suas obras foram já apreciadas na África do Sul, Bangladesh, Brasil, China, Congo, Inglaterra, Malásia, Mali, Nigéria, Portugal, entre outros.

O segredo do sucesso “é trabalhar, trabalhar, trabalhar,” diz Macilau.

Acompanhe a conversa:

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