O MLSTP-PSD, partido no poder em São Tomé e Príncipe, aprovou na reunião do seu Conselho Nacional realizada no passado dia 20 uma resolução que obriga todos os quadros da administração pública do país que exercem cargos de nomeação política a apoiarem o candidato presidencial do partido, Guilherme Pósser da Costa, caso contrário serão exonerados imediatamente das suas funções.
O presidente do partido no poder e primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, já avisou que não haverá perdão para quem não cumprir.
“Todos os militantes, membros do Governo, deputados, directores, gestores das empresas pública e institutos, assessores, chefes de departamento, chefes de secção e outros cargos de nomeação política, que não respeitarem a decisão do Conselho Nacional em violação do artigo 18 dos Estatutos do partido serão exonerados imediatamente das funções que desempenham”, lê-se na resolução do Conselho Nacional do MLSTP-PSD aprovada no passado dia 20, após a eleição de Guilherme Pósser da Costa para candidato presidencial apoiado pelo partido.
Por seu lado, o primeiro-ministro, deixou um aviso aos militantes: “Nós não vamos perdoar que camaradas que querem ajudar o MLSTP a manter-se no poder passem o tempo a dar mal do Governo e do candidato escolhido pelo partido, os interesses do MLSTP estão acima de qualquer outro”.
A direcção do partido no poder pretende com esta medida travar a proliferação de candidatos à Presidência da República no interior do partido em prejuízo da figura indicada pelo Conselho Nacional.
Guilherme Pósser da Costa, o candidato oficial do MLSTP-PSD às Presidenciais de Julho, subscreveu a medida, ao dizer que “não deixa de ser uma preocupação a dispersão de votos que poderá acontecer se houver várias candidaturas dentro do partido”.
Entretanto, é público que mais quatro militantes do MLSTP-PSD pretendem candidatar-se às próximas eleições presidenciais, nomeadamente, a antiga primeira-ministra Maria das Neves, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto, o antigo presidente do partido, Jorge Amado, e o coronel na reserva, Victor Monteiro.
Para o analista Liberato Moniz a medida “cheira a ditadura e não terá qualquer sucesso”.
Os demais potenciais candidatos ainda não se pronunciaram.