Depois de o antigo presidente do MLSTP-PSD, partido no poder em São Tomé e Príncipe, ter criticado a resolução do Conselho Nacional que ameaçava demitir os dirigentes e militantes que ocupam cargos de confiança na Administração Pública que não apoiarem o seu candidato às Presidenciais de Julho, o secretário-geral, Arlindo Barbosa, veio a público afirmar que a versão divulgada pela imprensa não foi a que foi aprovada.
Em conferência de imprensa em que foi permitida a presença apenas dos órgãos estatais, na quarta-feira, 24, Barbosa afirmou que a resolução proposta por um grupo de militantes, membros do Conselho Nacional, foi alterada e que a versão final já não tem a mesma redação.
“O que foi apresentado ao Conselho Nacional foi apenas um draft”, disse Barbosa, explicando que a resolução tem como propósito garantir a unidade, coesão e disciplina partidária, no âmbito do processo eleitoral para o cargo de Presidente da República.
“Quem está filhado numa organização deve submeter-se às regras. No MLSTP-PSD, aquele que não acatar sabe que os estatutos no seu artigo 20 definem as sanções a serem aplicadas” acrescentou aquele responsável que lamentou a posição dos militantes que não obtiveram o apoio do Conselho Nacional e decidiram fazer críticas ao partido.
“Hoje, estranha-nos que camaradas e dirigentes que participaram em algumas deliberações a contestarem todo este processo”, sublinhou Arlindo Barbosa, quem reiterou que “ninguém está autorizado em nome do MLSTP-PSD, sem que haja de facto uma documentação oficial, a fazer qualquer tipo de publicação”.
Na ocasião, o próprio presidente do partido no poder e primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, tinha deixado um aviso aos militantes.
“Nós não vamos perdoar que camaradas que querem ajudar o MLSTP a manter-se no poder passem o tempo a dar mal do Governo e do candidato escolhido pelo partido, os interesses do MLSTP estão acima de qualquer outro”, afirmou.
Entretanto, o antigo presidente do partido, Jorge Amado, reagiu, acusando a formação de se ter tornado num partido fascista.
“Nem no tempo do partido único vimos isto. O MLSTP-PSD transformou-se num partido fascista. Isto é uma ditadura sem precedentes”, sublinhou o antigo líder dos sociais-democratas, que classificou de uma farsa a reunião do Conselho Nacional que indicou Guilherme Pósser da Costa como candidato .
Elsa Pinto, actual vice-presidente do partido e antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, também desafia o partido e confirmou que vai apresentar a sua candidatura presidencial como independente.