Miséria e fome aumentam nas Lundas

foto de arquivo

A situação de pobreza está a gravar-se nas Lundas com informações de que há fome em muitos locais.

Autoridades tradicionais contaram à VOA que em localidades como as de MonaKimbundo e Shakassau na Lunda Sul há carência de quase tudo.

O Soba Kapembe da Lunda Sul disse que durante estes nove meses de confinamento por causa da pandemia do coronavírus a situação social e económica de várias comunidades locais deteriorou-se muito eque as pessoas não têmnem o que comer.

"Nós aqui dependemos tudo de Luanda ou dos países que fazem fronteira e com o surgimento da pandemia a situação piorou desde a alimentação, à saúde pra nao falar da educação das crianças", disse.

A situação segundo a autoridade tradicional é quase geral nas Luandas masem algumas áreas é mesmo dramática

"A comunidade de Sambaya, Mona Kimbundu etc nestas zonas há carência de tudo, falta o sal e óleo só para falar de alimentos básicos”, disse fazendo noar também a falta de vestuário.

“Não se pode admitir que nesta altura há pessoas que nem uma camisa têm, andam de tronco nu na via pública e nestas zonas a carência é tanta que os habitantes fogem para as capitais de província", acrescentou.

O número de pessoas nas ruas apresentando aparências de distúrbio mental cresceu imenso durante este período e o fenómeno de procura de alimentos nas lixeiras é grande.

"O número de doentes mentais nas ruas de Saurimo aumentou, de dez em dez metros há um indivíduo com perturbações mentais, à procura de comida nas lixeiras”, disse o Soba Kapembe acrescentando que a procura de comida nas lixeiras aumenta durante a noite porque há muitos que “não querem ser vistos”.

“Praticamente não há emprego aqui, os poucos que vão surgindo as empresas trazem já o seu pessoal de Luanda", disse.

Outra localidade onde a crise social é extrema segundo José Mateus Zecamutchima do Protectorado das Lundas é a zona de Chakassau que dista a 35 km de Saurimo que, à semelhança de outras, está quase votada ao esquecimento.

"A vida das pessoas das famílias piorou e como o país acostumou a gente daqui a não cultivar, a viver só de importação, as famílias estão na misériae assumem a prostituiçao como normal, algumas famílias inclusive usam as próprias filhas para se prostituírem e trazerem alguma coisa para casa", disse