A missão de estabilização da ONU (MINUSMA) estava no Mali desde 2013 e a sua retirada está a provocar receios de que os combates se intensifiquem entre as tropas e as facções armadas.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse num comunicado publicado no domingo que a MINUSMA tinha completado a sua retirada acordada até 31 de dezembro de 2023.
O chefe da ONU elogiou o "papel fundamental" das missões na proteção dos civis e no apoio ao processo de paz no Mali, que está a braços com a violência jihadista e outras crises.
Também reconheceu o trabalho da MINUSMA para "garantir o respeito pelo cessar-fogo no contexto do acordo de paz e reconciliação de 2015" entre Bamako e os grupos rebeldes do norte), bem como os seus esforços para restaurar a autoridade do Estado.
A junta no poder no Mali, que tomou o poder em 2020, exigiu em junho a saída da missão, que na última década manteve cerca de 15.000 soldados e polícias no país.
Centenas de membros da MINUSMA foram mortos em circunstâncias hostis, na sua maioria atribuídas a grupos armados ligados à Al-Qaida ou ao grupo Estado Islâmico.
Guterres prestou homenagem aos "311 membros da MINUSMA que perderam a vida e aos mais de 700 que ficaram feridos na causa da paz".
A "fase de liquidação" terá início a partir de 1 de janeiro, envolvendo actividades como a entrega de equipamento às autoridades, com equipas mais pequenas nos locais de Gao e Bamako.
A violência tem varrido o país, alastrando para os vizinhos Burkina Faso e Níger e inflamando tensões étnicas pelo caminho.
Milhares de civis e combatentes morreram e milhões de pessoas foram deslocadas.