Uma delegação do bloco da CEDEAO da África Ocidental chegou ao Níger no sábado, procurando uma solução pacífica e não militar, depois de oficiais superiores do exército terem tomado o poder num golpe de Estado.
A delegação liderada pelo antigo presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar chegou à capital ao início da tarde, um dia depois de os chefes militares da CEDEAO terem anunciado que estavam prontos a intervir para repor o Presidente deposto.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) concordou em ativar uma "força de reserva" como último recurso para restaurar a democracia no Níger, depois de os generais terem detido o Presidente Mohamed Bazoum a 26 de julho.
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No entanto, a CEDEAO afirma que prefere o diálogo para desativar a crise.
Uma anterior delegação da CEDEAO, chefiada por Abubakar, tentou e não conseguiu encontrar-se com Bazoum e com o líder do golpe, o general Abdourahamane Tiani, a 3 de agosto.
Uma fonte próxima da delegação de sábado disse que esta iria enviar "uma mensagem de firmeza" aos oficiais do exército e encontrar-se com Bazoum.
Bazoum tem estado detido com a sua família na residência oficial do Presidente desde o golpe de Estado, o que tem suscitado uma crescente preocupação internacional relativamente às suas condições de detenção.
O Presidente da CEDEAO e Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, ameaçou Niamey com "graves consequências" se o novo regime permitir que o estado de saúde de Bazoum se agrave, segundo um funcionário da União Europeia.
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O Presidente não será ferido
O primeiro-ministro do Níger, Ali Mahaman Lamine Zeine, nomeado pelos militares, disse ao The New York Times que Bazoum não será ferido.
"Não lhe vai acontecer nada, porque não temos uma tradição de violência no Níger", disse ao diário o civil mais graduado do novo regime.
Até agora, os novos governantes do Níger têm mostrado pouca flexibilidade e alertaram contra uma "agressão ilegal".
Milhares de voluntários acorreram ao centro de Niamey no sábado, respondendo a um apelo para se registarem como auxiliares civis que poderiam ser mobilizados para apoiar o exército.
Os chefes da defesa da CEDEAO reuniram-se esta semana em Accra, capital do Gana, para afinar os pormenores de uma potencial operação militar para restaurar Bazoum, caso as negociações em curso com os líderes do golpe falhem.
"Estamos prontos para intervir sempre que a ordem for dada", disse Abdel-Fatau Musah, comissário da CEDEAO para os assuntos políticos e de segurança, na sexta-feira, após a reunião dos chefes militares.