O processo de transição na liderança do Instituto para a Comunicação Social da África Austral – Angola, conhecido por MISA-Angola, entre Alexandre Solombe e André Mussamo não está a acontecer da forma prevista e tem dificultado o bom funcionamento da organização que zela pela liberdade e qualidade da imprensa.
Your browser doesn’t support HTML5
Mussamo, eleito presidente em Março, acusa o seu antecessor Alexandre Solome, que dirigiu a organização de 2016 a 2021, de não ter apresentado o Relatório e Contas, enquanto Solome afirma não reconhecer a eleição do novo responsável
O MISA é uma organização regional com a missão de promover o desenvolvimento de um ambiente de liberdade de expressão e de imprensa, acesso à informação, pluralismo de pontos de vista e de opinião, competência e sustentabilidade financeira e criar um ambiente no qual todos os sectores da sociedade possam usar os media para as suas próprias necessidades.
A antena do instituto em Angola vive momentos difíceis desde Março, com o novo presidente, André Mussamo, a revelar muitas dificuldades por não ter recebido as pastas das da anterior direcção.
“Eu, pessoalmente, fiz telefonemas para o Alexandre Solombe para que pudesse facilitar o processo, ele recusou-se e de viva voz me disse: ´Mussamo, abra a sua própria conta`, como se a conta que ele usou durante o mandato dele fosse conta pessoal”, afirma Solombe que desafia Solombe: “Que ele me desminta”.
Mussamo acrescenta que, além de não prestar contas, não consegue esclarecer o paradeiro do Relatório e Contas de projectos financiados por instituições internacionais, o que cria outros problemas à organização.
“Nós temos uma informação que nos foi prestada pelo OSISA-Angola, que nós temos um projecto financiado por essa organização cujo o balanço não foi prestado”, conclui.
A VOA contactou Alexandre Neto Solombe que, sem gravar entrevista, questionou a legitimidade da actual direção, uma vez que, segundo ele, foi eleita em situação "adversa".
Durante a gestão de Alexandre Solombe, a Mesa de Assembleia Geral do MISA-Angola teve como presidente o jurista Salvador Freire, quem sugere a realização de uma assembleia geral para a resolução deste desentendimento.
“Essas acusações não resolvem o problema, é preciso que se apresentem documentos, que provem que existe prestação de contas, e por isso deve ser organizada uma assembleia para a devida resolução do problema”, argumenta.
Em relação à legitimidade ou não de André Mussamo, Freire garante que “a nova direcção tem legitimidade uma vez que foi eleita numa assembleia organizada pelo MISA-Angola”.