Os ministros dos Negócios Estrangeiros das sete maiores economias democráticas do mundo, G7, instaram a Rússia a aceitar o cessar-fogo proposto pelos EUA na guerra contra a Ucrânia ou a enfrentar a possibilidade de sanções adicionais.
“Pedimos que a Rússia retribua, concordando com um cessar-fogo em termos de igualdade e implementando-o plenamente”, afirmaram aqueles diplomatas num comunicado conjunto emitido nesta sexta-feira, 14, no final de uma reunião em Quebec, Canadá.
Na nota, eles dizem ter discutido “a imposição de custos adicionais à Rússia caso tal cessar-fogo não seja acordado, incluindo através de novas sanções, limites aos preços do petróleo, bem como apoio adicional à Ucrânia e outros meios”.
A declaração refere que os países do G7 afirmaram o seu “apoio inabalável à Ucrânia na defesa da sua integridade territorial e “o direito de existir e da sua liberdade, soberania e independência”.
Este posicionamento surge numa altura em que o Kremlin afirma que ainda há muito a fazer para se conseguir um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, sinalizando a sua relutância em apoiar totalmente a proposta dos Estados Unidos.
Em Washington, a Casa Branca informouque o enviado especial do Presidente dos EUA, Donald Trump, Steve Witkoff, falou com Vladimir Putin, na quinta-feira.
Nesta sexta-feira, o secretário de Estado americano disse aos jornalistas em Quebec que as autoridades norte-americanas vão reunir-se neste fim de semana, depois de Witkoff regressar a Washington, para examinar em detalhe a posição da Rússia e determinar os próximos passos.
“Basta dizer que acho que há razões para sermos cautelosamente otimistas. Mas, da mesma forma, continuamos a reconhecer uma situação difícil e complexa", afirmou Marco Rubio.
Também hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros canadiano, Malie Joly, disse que ”todos os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 concordam com a proposta dos EUA de um cessar-fogo que é apoiado pelos ucranianos”, e que a “bola está agora do lado da Rússia quando se trata da Ucrânia”.
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico fez eco deste sentimento durante as entrevistas aos meios de comunicação social, afirmando que “há unidade e agora é o momento de um cessar-fogo sem condições“.
“A Ucrânia definiu a sua posição, cabe agora à Rússia aceitá-lo”, acrescentou David Lammy, quem observou ainda que está a ser formada uma “coligação de interessados” para fornecer à Ucrânia a necessária “arquitectura de segurança” e mecanismos de monitorização para apoiar o cessar-fogo.
Em Moscovo, o Governo afirmou que ainda há muito a fazer para um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, sinalizando a sua relutância em apoiar totalmente a proposta dos EUA.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin ainda aguarda respostas depois de ter levantado várias questões sobre a implementação do cessar-fogo.
Entretanto, o Presidente ucraniano rejeitou a resposta de Putin, dizendo que “deliberadamente” estabelece condições que complicam e “arrastam o processo”.
“Um cessar-fogo provisório incondicional de 30 dias é o primeiro passo crucial que nos pode aproximar significativamente de uma paz justa e duradoura”, escreveu Volodymyr Zelenskyy na quarta-feira, 12, numa publicação na plataforma de redes sociais X.
C/Nike Ching