O ministro da Justiça e Direitos Humanos de São Tomé e Príncipe pediu na noite desta segunda-feira a sua demissão horas depois de ter feito duras críticas contra os magistrados judiciais.
O anúncio da demissão foi feito pelo próprio Roberto Raposo que, em comunicado, admitiu que as suas declarações “tornadas públicas assim e fora do contexto, podem ter causado mau-estar no relacionamento institucional entre o Governo e os tribunais, contrariando assim o quadro de referência dos objetivos do Governo e de sua excelência o primeiro-ministro em matéria de reforma da Justiça”.
Durante o dia, ao falar na primeira comissão especializada do Parlamento, Raposo acusou os juízes e magistrados de serem "ignorantes" e responsabilizou-os pela situação da justiça no país.
“Eles são os verdadeiros culpados desta situação. São os magistrados os responsáveis em primeira linha por esta situação”, acusou o governante, dizendo que eles "são muito poderosos" e que "a pior coisa do mundo é dar poder a ignorantes".
No comunicado, Roberto Raposo revelou que as gravações das suas declarações foram obtidas de “forma fraudulenta”, com o “único objetivo de exploração politica e de ofensa a pessoas e instituições”.
A VOA divulgou as declarações do ministro tornadas públicas nesta segunda-feira.
O gabinete do primeiro-ministro ainda não reagiu.