O ministro moçambicano da Defesa Nacional, Jaime Neto, diz estar aberto à cooperação com qualquer entidade para o cumprimento dos direitos fundamentais em Cabo Delgado.
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Falando num seminário sobre Cabo Delgado, promovido pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Neto disse que garantir um ambiente de paz é também assegurar o cumprimento dos direitos humanos.
Veja Também Moçambique deve investigar violações de direitos humanos em Cabo Delgado, diz WashingtonSegundo aquele governante, "o Ministério da Defesa Nacional está aberto e disponível para trabalhar e cooperar com qualquer entidade em matérias relativas aos direitos humanos."
Refira-se que a Amnistia Internacional tem alegado que as forças de defesa e segurança moçambicanas têm estado envolvidas em actos de violação dos direitos humanos, incluindo assassinatos.
Esta quinta-feira, 11, os Estados Unidos avisaram que violações de direitos humanos pelas forças de defesa e segurança de Moçambique em Cabo Delgado, colocam em perigo a sua luta contra os insurgentes.
Capitine nega violação
Contudo, o vice-chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Bertolino Capitine, nega que as forças de defesa e segurança estejam envolvidas nesses actos.
Veja Também Governo deve investigar “urgentemente” os crimes de guerra em Cabo Delgado, Amnistia InternacionalCapitine assegurou que "em nenhum momento, as forças de defesa e segurança podiam maltratar a comunidade, porque nós estamos para defender a sociedade e permitir que a economia flua da melhor forma possível".
Capitine negou também que as forças moçambicanas estejam a ser apoiadas por uma companhia privada sul-africana, que, segundo a Amnistia Internacional, têm estado a bombardear civis.
Aquela empresa disse, recentemente, à Reuters que haveria de investigar as alegações de violações mencionadas pela Amnistia Internacional.
Veja Também Dyck Advisory Group promete investigação independente após ser acusada de matar civis em MoçambiqueEntretanto, Adriano Nuvunga, o director do CDD, defendeu a não militarização daquela província, mas sim a criação de condições para a implementação dos princípios voluntários sobre segurança e direitos humanos na região.
Para Nuvunga, o enfoque principal dos princípios voluntários sobre segurança, negócios e direitos humanos, é a ideia de que a exploração dos recursos naturais, sobretudo os hidrocarbonetos não deve levar à violação dos direitos fundamentais das populações.